Macron diz que não renunciará se sua coalizão perder eleição parlamentar antecipada
Paris (Reuters) – O presidente da França, Emmanuel Macron, reafirmou nesta quarta-feira (12) que não renunciará ao cargo caso seu grupo político seja derrotado na eleição parlamentar antecipada convocada por ele.
“Quero cortar essa ideia pela raiz, (a chance de isso acontecer) nunca existiu”, disse ele a jornalistas.
Macron convocou a eleição antecipada no domingo, depois que a extrema-direita da França derrotou o partido governista na eleição para o Parlamento Europeu.
Aliança contra a direita
Na entrevista, Macron pediu aos partidos rivais de ambos os lados do espectro político que se juntem a ele na formação de uma aliança democrática contra o partido de extrema-direita Reunião Nacional (RN) na próxima eleição parlamentar.
“Não quero dar as chaves do poder à extrema-direita em 2027, portanto, aceito plenamente o fato de ter desencadeado um movimento para prestar esclarecimentos”, disse ele, alegando que as políticas do RN empobrecerão os trabalhadores e os aposentados.
Mesmo que o RN ganhe a maioria na votação marcada para 30 de junho e 7 de julho, Macron permanecerá presidente por mais três anos e ainda estará encarregado da defesa e da política externa. Mas ele perderá o controle sobre a agenda doméstica, incluindo política econômica, segurança, imigração e finanças.
Ele conclamou “muitos de nossos compatriotas e líderes políticos que não se reconhecem na febre extremista” a “construir um novo projeto… uma coalizão para governar, uma coalizão para agir a serviço dos franceses e da República.”
Macron se comprometeu a tomar uma atitude mais firme em questões de imigração, segurança e justiça, argumentando que uma extrema-esquerda propensa ao antissemitismo seria muito “frouxa”. As soluções da extrema-direita não resolveriam os problemas e apenas destruiriam o estado de direito constitucional da França, disse ele.
Macron também criticou as negociações políticas dos últimos dias, dizendo que “a máscara caiu” de alguns partidos que buscam forjar “alianças não naturais”.
O líder do partido conservador Os Republicanos, Eric Ciotti, que apelou para uma aliança eleitoral entre os candidatos de seu partido e o RN, fez “um acordo com o diabo”, afirmou Macron.
O RN deve emergir como a ala mais forte após a eleição, mas pode ficar aquém de uma maioria absoluta, segundo uma pesquisa realizada nesta semana.