Dólar hoje tem alta firme após dados de emprego nos EUA acima do esperado
O dólar acelerou os ganhos na manhã desta sexta-feira (7) após a divulgação do relatório de emprego fora do setor agrícola (payroll) dos Estados Unidos.
Os Estados Unidos criaram 272 mil vagas de trabalho fora do setor agrícola no mês de maio, mais que o esperado pelos analistas, fortalecendo a tese de adiamento do corte de juros pelo Federal Reserve.
A estimativa dos analistas, de acordo com consenso LSEG, era de criação de 185 mil vagas no mês. A taxa de desemprego ficou em 4,0%, acima dos 3,9% do mês anterior. A taxa esperada pelos analistas era estável em 3,9%.
Qual a cotação do dólar hoje?
Às 9h42, dólar à vista subia 0,54%, a R$ 5,278 na compra e R$ 5,278 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento registrava queda de 0,52%, aos 5.297 pontos.
Na véspera, o dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,2492 na venda, em baixa de 0,90%.
O Banco Central fará neste pregão leilão de até 12 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de agosto de 2024.
Dólar comercial
Compra: R$ 5,281
Venda: R$ 5,282
O que acontece com a moeda?
O relatório de emprego é o grande vetor para o dólar na sessão desta sexta. “(O relatório) surpreendeu muito. Com o verão chegando nos EUA, contratações voltam a subir, mas de qualquer forma, não era esperado”, disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank.
Um mercado de trabalho forte tem sido uma justificativa comum entre as autoridades do Fed para se manterem cautelosas em relação à trajetória da inflação de volta à sua meta de 2%, o que também tem adiado o início de um possível ciclo de afrouxamento monetário pelo banco central dos EUA. Ao longo do último mês, dados de emprego do setor privado e de vagas abertas, seguidos de um relatório de emprego mais fraco em abril, vinham mostrando um arrefecimento do mercado de trabalho norte-americano, ampliando as expectativas do mercado por um corte de juros no Fed em breve.
O relatório desta sexta-feira reverte essas apostas, fomentando cenário de juros mais altos por mais tempo nos EUA, uma vez que as autoridades do Fed devem reforçar sua postura agressiva na batalha contra a alta dos preços.
“O Fed está focado em inflação. Deve deixar claro que esse será o foco para trazer juros para baixo, afirmou Moutinho, acrescentando que ainda vê chance de um corte antes das eleições nos EUA, que acontecem no início de novembro. Os operadores passaram a ver 52% de chance de o Fed reduzir os juros em sua reunião de setembro, de 69% antes dos dados de emprego. Juros mais altos nos EUA jogam a favor do dólar, já que tornam os rendimentos norte-americanos mais atraentes para investidores estrangeiros.
O Banco Central Europeu, por outro lado, cortou suas taxas de juros em 0,25 ponto percentual na quinta-feira, a primeira redução na zona do euro desde 2019, após os juros atingirem níveis recordes em meio aos esforços das autoridades em desacelerar a inflação. No cenário doméstico, os investidores estarão atentos a comentários de membros do Banco Central, com palestras do presidente Roberto Campos Neto; do diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo; e do diretor de Assuntos Internacionais, Paulo Picchetti.
Na quinta-feira, Campos Neto e Galípolo, em eventos separados, demonstraram uma preocupação comum com as expectativas do mercado para a inflação ao fim deste ano e dos próximos, como evidenciado na mais recente pesquisa Focus.
(com Reuters)