Inquéritos sobre Bolsonaro devem ser concluídos nos próximos meses, diz diretor da PF
Os inquéritos da Polícia Federal (PF) relacionados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) devem ser concluídos nos próximos meses. A afirmação é o diretor-geral da PF, Andrei Passos Rodrigues, para quem as investigações sobre o ex-ocupante do Palácio do Planalto estão perto de ser encerradas.
Em entrevista à jornalista Miriam Leitão, da GloboNews, Andrei Passos disse que o primeiro inquérito – que apura se Bolsonaro se apropriou de forma indevida de joias dadas pela Arábia Saudita ao governo do Brasil – deve terminar até o fim de junho.
Segundo Andrei, a PF também espera concluir o inquérito sobre fraudes em cartões de vacinação. Bolsonaro já foi indiciado nesse caso, mas a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou mais informações e que a investigação fosse aprofundada.
“Havia, ainda, pendências da cooperação internacional. Nossa equipe retornou recentemente dos Estados Unidos com os dados e informações que entendeu que são suficientes. Portanto, se encaminha para a análise final e relatório dessa etapa de investigação”, afirmou o diretor-geral da PF.
Ainda de acordo com Andrei, apesar da expectativa pela conclusão dos dois inquéritos em breve, é possível que novos desdobramentos dos casos ensejem eventuais novas apurações.
Interferência da PRF na eleição
Na entrevista, Andrei Passos também falou sobre o inquérito que apura a suposta interferência da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas eleições de 2022. A projeção é a de que essa investigação seja concluída em 30 dias.
A PF investiga se a PRF foi utilizada indevidamente para prejudicar ou impedir que eleitores fossem às urnas e, consequentemente, afetar o processo eleitoral.
Tentativa de golpe
Já o inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, além dos ataques violentos contra as sedes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário no dia 8 de janeiro de 2023, deve ser encerrado até o fim de julho.
Andrei não revelou se há indícios de um suposto envolvimento de Bolsonaro nos atos de 8 de janeiro.
“Garanto que, se houver a participação de qualquer pessoa, ela será apontada e apresentada. A PF não julga ou condena ninguém. Nós colhemos todos os dados da investigação e apresentamos ao Poder Judiciário”, afirmou.
Depois que os inquéritos forem concluídos, eles serão encaminhados ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e repassados à PGR.
Caberá ao Ministério Público Federal (MPF) decidir se há ou não evidências suficientes para um pedido de indiciamento de Bolsonaro.