Mesmo com sinais de fim do ciclo de cortes, governo vê espaço para Selic abaixo de 10% ao an

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Mesmo com as sinalizações de diretores do Banco Central (BC) de que o ciclo de cortes de juros pode ter acabado na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), a avaliação no governo é de que ainda há espaço para a redução da Selic, em um ritmo menor, de 0,25 ponto percentual. Segundo técnicos do governo ouvidos pela EXAME, os núcleos mostram uma inflação abaixo do centro da meta e as expectativas, mesmo que em processo de alta, estão dentro do intervalo de tolerância (de 1,5 p.p. abaixo ou acima de 3%).

“Há um entendimento de que há espaço para a queda de juros. O ciclo será menor, mas há espaço para uma Selic abaixo de 10% ao ano. O governo está focado em equilibrar as contas públicas e esse processo de redução da Selic é importante para melhorar o nível de atividade econômica”, disse um auxiliar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O objetivo central perseguido pelo BC é de 3%, com uma banda de 1,5%. Com isso, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) pode encerrar o ano entre 1,5% e 4,5% para o cumprimento da meta. Por outro lado, as expectativas de inflação têm subido nas últimas semanas, desde que o governo alterou as metas fiscais para os próximos anos.

A mediana das expectativas para inflação de 2024 estava em 3,73% há quatro semanas e subiu para 3,86%, segundo dados do Focus divulgados nesta segunda-feira, 27. Para 2025, na mesma base comparação, as estimativas subiram de 3,6% para 3,75%.

De um lado, uma corrente de pensamento defende que a ancoragem de expectativas é importante para o processo de redução de juros. Outro grupo aponta que a a inflação está comportada é que há espaço para a queda da Selic.

Incerteza sobre novos diretores pesa na desancoragem

Na prática, o Copom toma uma decisão sobre os juros com um horizonte relevante de 12 a 18 meses. Com isso, a diretoria colegiada do BC está mais preocupada com a inflação de 2025, que segue desancorada.

A desancoragem nas expectativas tem sido influenciada pela mudança das metas fiscais e pela incerteza sobre os novos diretores que serão escolhidos o BC para o BC em 2025. O mandato de Campos Neto e de outros dois diretores termina em janeiro do próximo ano.

Assim, o total de cadeiras ocupadas por escolhidos de Lula subirá de quatro para sete. Com isso, a ala escolhida pelo PT será maioria no Copom.

“Não há espaço para intervenções no Banco Central. Os indicados do presidente Lula para a autoridade monetária terão compromisso no combate à inflação. Não há compromisso com o erro”, disse um auxiliar de Lula.

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Fonte exame
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