De Ligt diz que árbitro pediu desculpas por erro e Tuchel dispara: “Isso não teria acontecido do outro lado”
Zagueiro e treinador protestaram contra a arbitragem em deram declarações duras após eliminação dos bávaros
Na última quarta-feira (8), Real Madrid e Bayern de Munique protagonizaram mais um histórico capítulo de sua rivalidade na Champions League. Em jogo com 20 taças envolvidas, os espanhóis conquistaram a classificação para a final de maneira heroica.
Após sofrer um golaço improvável de Alphonso Davies no segundo tempo, a equipe de Carlo Ancelotti conseguiu empatar o placar a dois minutos do fim do tempo regulamentar. O atacante Joselu, protagonista inesperado, contou com falha de Manuel Neuer, que fazia jogo espetacular até o momento, para colocar o 1 a 1 no placar.
Três minutos depois, o camisa 14 virou o jogo e levou o Santiago Bernabéu à loucura. Os bávaros, com o time praticamente desmontado por Thomas Tuchel e sem suas principais referências técnicas, precisavam de um gol para empatar e levar a partida para a prorrogação.
Para aumentar a dose de emoção no confronto, esse gol, que parecia praticamente impossível, surgiu. O zagueiro Matthijs de Ligt recebeu passe de cabeça de Thomas Muller e finalizou rasteiro para balançar as redes, minutos antes do apito final.
Na origem da jogada, porém, o juiz da final da última Copa do Mundo, Szymon Marciniak, apitou antes da finalização do zagueiro para marcar um impedimento ajustado. Sua ação precipitada impediu que o VAR trabalhasse para checar se o gol foi legal ou não.
Curiosamente, no lance, o bandeirinha sequer ergueu a flâmula. É possível que ele tenha apenas comunicado a possibilidade ao polonês, que se precipitou. Após a partida, De Ligt revelou que recebeu um pedido de desculpas por parte do árbitro.
“O bandeirinha me disse: ‘desculpas, eu cometi um erro’. No final, eu não sou o tipo de pessoa que gosta de colocar a culpa de uma derrota na arbitragem, o Real Madrid mereceu vencer, mas eu acho que, se é uma regra, é uma regra”, afirmou o camisa 4.
O zagueiro também pontuou o episódio como um “vergonha”. Ele destacou que o Marciniak não seguiu o protocolo, que permitira que o gol fosse analisado com a tecnologia de impedimento do VAR.
“Temos uma regra no futebol que diz que se não é um impedimento claro, o que não era, você tem que continuar a jogada. Em um gol no último minuto, você apitar desse jeito… acho que é um grande erro. Se estava impedido ou não, eu não sei. Você podia checar isso (no VAR). Mas se você não checa, como vai saber? É uma vergonha“, disse.
Técnico esbraveja em coletiva
Com a eliminação, Thomas Tuchel demonstrou sua indignação pelo equívoco cometido pela arbitragem ao fim da partida e fez questão de diminuir os peso do pedido de desculpas do árbitro a De Ligt.
“Isto é uma semifinal, não é momento para desculpas. Realmente não. Não é o momento para duas grandes violações de regras e depois um pedido de perdão”, afirmou o treinador alemão.
Ele também ousou nas declarações e defendeu a hipótese de que o episódio jamais teria ocorrido contra o Real Madrid, o que reflete um incômodo histórico dos bávaros. Muller, por exemplo, relembrou os gols irregulares marcados por Cristiano Ronaldo contra os alemães na Champions League 2016/17, o que Tuchel fez questão de ecoar.
“Levantar a bandeira em uma situação como essa é uma grande responsabilidade. O juiz tem a chance de não apitar e ele toma a decisão de apitar. Isso é contra todas as regras. Nós aceitamos, perdemos, é o que é, mas isso não teria ocorrido do outro lado“, declarou em coletiva (via HaytersTV).
Campeão da La Liga, o Real Madrid agora se prepara para enfrentar outro alemão na final, o Borussia Dortmund. O jogo ocorre no Wembley Stadium, na Inglaterra, no dia 1 de junho.