Claudia Leitte fala do sucesso de ‘Dragão Chinês’ e admite vontade de apagar tatuagem
Claudia Leitte, 43 anos de idade, está na expectativa para seu novo projeto audiovisual, intitulado Intemporal. A gravação acontece em duas partes — a primeira foi na noite de terça-feira (9) e a segunda é na noite desta quarta-feira (10), em São Paulo. A cantora conversou com Quem em um intervalo de seus ensaios para o show intimista, que vai acontecer no espaço Vibra São Paulo.
Com uma ambientação acústica, a cantora terá colaborações musicais memoráveis. Uma das músicas que faz parte do projeto é Dragão Chinês, um feat com Léo Santana, que já conquistou boa repercussão nas plataformas de streaming desde o lançamento, há menos de um mês.
A letra da música fala sobre o fim de um romance em que o namorado decidiu cobrir a tatuagem — o coração virou dragão. Claudia diz que nunca viveu o arrependimento de uma tatuagem romântica, mas já precisou transformar alguns dos desenhos. “Estou doida para cobrir algumas, viu? Tinha um golfinho que virou uma borboleta. Dá para imaginar a beleza que ficou? (risos) Tenho vontade de apagar”, diz, lembrando que fez o desenho, aos 17, escondida do pai.
Mãe de Davi, 15 anos, Rafael, 11, e Bela, 4, todos do casamento com o empresário Marcio Pedreira, a cantora afirma que não é simples conciliar os cuidados, já que eles vivem diferentes fases. “É um leão a cada dia. Em casa, são três universos completamente diferentes. Um adolescente, um pré-adolescente e uma criança. Não são universos paralelos. É uma coisa louca!”
Quem: O que podemos esperar de Intemporal? Realizar um trabalho mais intimista já era um antigo desejo?
Claudia Leitte: Bem intimista mesmo. Era um antigo desejo meu. Gravei um projeto acústico em 2012 quando engravidei do meu segundo filho, o Rafa. Acabou sendo um trabalho que não tive tempo de divulgar muito. Não foi um trabalho vivido apaixonadamente como merecia ter sido vivido.
Como o lançamento do Íntimo foi muito próximo ao nascimento do Rafael, agora veio a vontade de realizar um novo acústico?
Quando revejo aquele trabalho, percebo no meu semblante as dificuldades que eu estava passando. Agora, é outro momento. Estou muito feliz. Acabei de fazer o projeto do Carnaval da minha vida. Foi um Carnaval impactante, com vibe leve e acho que esse projeto acústico vem na hora certa. Há leveza e alegria no ar.
Uma das músicas é Dragão Chinês, em parceria com o Léo Santana. Como essa parceria foi pensada?
Essa música chegou no finzinho da pandemia para mim e convidei Léo Santana para cantar. Decidi que o lançamento da música seria apenas depois do Carnaval. Antes, estava com o projeto Realverso — que teve Lado A, lançado no ano passado, e Lado B, no início deste ano. A parceria com Léo foi um convite muito espontâneo e natural. Quando vi que a música tinha uma cadência de samba, foi natural que eu pensasse nele para cantar comigo. Ele trouxe esse balanço para a nossa parceria. Somos amigos e sabemos que podemos contar um com o outro há muito tempo, mas foi algo novo trabalhar em cima de uma música. Já cantamos juntos em outras ocasiões — sempre naquele clima de explosão — e, desta vez, foi superintimista. Ele me chama de ‘hermanita’.
E o público adora um feat, né?
A música é para compartilhar e você deve fazer música com quem vai te fazer crescer de alguma maneira. Música é para fazer com que as pessoas se encontrem, se sintam felizes, sobre relacionamentos… Música é parceria. Em Dragão Chinês, falamos de um namoro acabou.
A letra de Dragão Chinês conta a história de um casal que se separou e o cara precisou cobrir uma tatuagem que tinha feito para a namorada. Você tem algumas tatuagens. Embora nenhuma seja para ex, já se pegou arrependida e precisou cobrir alguma?
Estou doida para cobrir algumas, viu? Tinha um golfinho que virou uma borboleta. Dá para imaginar a beleza que ficou? (risos) Tenho vontade de apagar.
Lembro da sua tatuagem de borboleta, mas não lembrava que já tinha sido um golfinho!
Que bom, que bom! (risos) É para apagar da mente mesmo. Tinha 17 anos quando fiz o golfinho. Fiz a tatuagem escondida de meu pai. Não posso nem contar para os meus filhos, viu? Tomara que eles nunca leiam essa entrevista.
Seus filhos já demonstram essa vontade?
De se tatuar? Não, sabe que não. Davi nunca manifestou essa vontade, mas não é algo que me oponho. A Bela, às vezes, cola uns adesivos pelo corpo, como se fossem tatuagens. Até no rosto ela coloca (risos). Ela se pinta, se risca inteira… Os meninos já não têm esse lado.
Você falou que a Bela gosta de colar adesivos como se fosse tatuagens, já vimos vídeos em que ela subiu ao palco. De alguma maneira, ela se parece com você na infância?
Eu cantava em palcos imaginários, cantava com o cabo de escova na mão, fazia a vassoura de pedestal (risos). Desde sempre, eu amo subir no palco e cantar. Quando acontecia a Queimação de Judas, no Largo da Saúde, bairro onde eu morava em Salvador, eu ia lá cantar. O Olodum se apresentava todas as terças nos fundos da minha casa. Ficava ouvindo e meu sonho era ser uma cantora que dividisse o palco com o Olodum. O Batatinha, um grande compositor, recebia Paulinho da Viola em frente de casa. Isso era meu país das maravilhas. Nunca me vi sem palco. É natural para mim.
Você escolheu a cidade de São Paulo para a gravação deste seu novo projeto. Entre compromissos de ensaios e divulgação, você acabou passando alguns dias longe das crianças. Atualmente, qual sua base?
Minha base é a base aérea (risos). Estou baseada nos Estados Unidos, mas fico indo e voltando. Tenho minha carreira aqui, mas meus filhos foram para lá ainda pequenos, cresceram lá e tem as amizades lá. Os dois guris já são grandes. Nem soa bem falar guri (risos). Meu filho mais velho é bem maior que eu — fico embaixo do braço dele. O do meio também já vai alcançando.
Como é ser mãe de adolescente? Muito desafiador?
Nossa! E como!!! É um leão a cada dia. Em casa, são três universos completamente diferentes. Um adolescente, um pré-adolescente e uma criança. Não são universos paralelos. É uma coisa louca!
É preciso equilibrar os pratinhos?
E, às vezes, desequilibrar os pratinhos. Correndo de um lado pro outro, catando os pedaços, mas meus filhos são lindos. Davi me faz pensar de maneira diferente. Ele é meu primeiro filho. Nasci de verdade, como mãe, quando ele nasceu. Ele é naturalmente sábio e me faz raciocinar de maneira equilibrada, voltar para meu eixo.
Veja fotos das gravações de ‘Intemporal’