Fundo de ações entre os campeões do ano tira foco das big techs para 2024; veja apostas
Após rali em 2023, gestores esperam menos retornos em ações de tecnologia no próximo ano
Um fundo de ações global de alto desempenho está desviando sua atenção das ações de tecnologia devido as projeções de que o rali de 2023 não se repita no próximo ano.
Embora um modesto excesso de peso nas gigantes de tecnologia dos EUA tenha beneficiado o AMP Specialist International Share Fund em 2023, suas perspectivas de crescimento dos lucros das big techs já estão bem precificadas, segundo Trent Loi, gestor de portfólio do fundo.
Loi ainda não pretende reduzir posições em tecnologia, mas aposta que as ações de energia e saúde serão as vencedoras do próximo ano. O fundo de 2,6 bilhões de dólares australianos (US$ 1,7 bilhão) cresceu 18% em 2023, superando 97% dos pares, conforme dados compilados pela Bloomberg.
As ações de tecnologia devem se estabilizar no “melhor cenário” para 2024, disse Loi. “Eles não devem ser um piloto tão grande nos retornos do próximo ano, e isso pode ser um pouco de rotação de mercado também.”
A recente sinalização do Federal Reserve (banco central dos EUA) em direção à flexibilização da política monetária não mudou a perspectiva do gestor. O otimismo sobre possíveis cortes de juros já foi levado em conta para as ações de big techs, e uma maior expansão exigiria mudanças significativas nos fundamentos das empresas, disse Loi.
O fundo detém todas as ações denominadas “Magnificent Seven” neste ano (Alphabet, Amazon, Apple, Meta, Microsoft, Nvidia e Tesla), que coletivamente atropelaram o resto do mercado. A dona do Facebook é a maior do grupo, com alta de 187% neste ano. Outras grandes posições são na Microsoft e Nvidia.
Energia e Saúde
Entretanto, as ações de energia agora estão inclinadas a superar o desempenho, com a expectativa de que os preços do petróleo subam com a falta de projetos de oleodutos e uma enxurrada de negócios, de acordo com Loi. O fundo possui ações da Inpex Corp, TotalEnergies, Exxon Mobil e Shell.
As preocupações com o excesso de oferta sacudiram os mercados de petróleo e fizeram os futuros da commodity recuarem desde setembro. Um movimento recente da Opep e seus aliados para estender e aprofundar os cortes de produção não conseguiu conter a queda do preço dos contratos, com investidores céticos de que o cartel conseguirá apertar o mercado.
Ainda assim, o petróleo provavelmente enfrentará restrições de oferta mais à frente, disse Loi. As preocupações ambientais dificultaram o desenvolvimento de novos projetos de energia e não há gasodutos significativos entrando em operação na próxima década, o que poderia pressionar os estoques e aumentar o preço da commodity.
O fundo também gosta de ações de saúde e espera que os papéis das companhias que atuam com os medicamentos de perda de peso subam ainda mais. Loi possui participações na Novo Nordisk e Eli Lilly & Co.
“Muitas das empresas farmacêuticas têm avaliações ainda razoáveis, com perspectivas de lucros muito sólidas”, disse ele.
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