Governo disponibiliza 15 voos para retirar 1.744 brasileiros de Israel
A maioria dos que manifestaram desejo de serem repatriados é turista, segundo o Itamaraty; três brasileiros ainda estão desaparecidos
O governo federal disponibilizou 15 voos da Força Aérea Brasileira (FAB) para retirar brasileiros de Israel, após a recente escalada de conflitos no Oriente Médio entre israelenses e palestinos. Três brasileiros ainda estão desaparecidos, segundo o Itamaraty.
“Até ontem, às 13h30 da tarde, nós tínhamos 1.744 brasileiros registrados pedindo regresso ao Brasil”, afirmou o embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, à GloboNews. “E estão previstos no total 15 voos para resgatar esses 1.744 brasileiros”.
A maioria é formada por turistas, hospedados em Tel Aviv e Jerusalém, segundo o Itamaraty, e os candidatos à repatriação serão divididos em listas de prioridade. Em um primeiro momento, deverão ser priorizados os residentes no Brasil sem passagem aérea.
Em nota, o ministério afirmou que segue acompanhando a situação de turistas e comunidades brasileiras em Israel e na Palestina por meio da embaixada em Tel Aviv e do Escritório de Representação em Ramala. O ministério desaconselha “quaisquer deslocamentos não essenciais para a região”.
Meyer acredita que o número de interessados em integrarem os voos da FAB tende a reduzir, uma vez que parte desses brasileiros têm tíquetes comprados junto à companhias aéreas comerciais e devem embarcar para o Brasil. “Agora, todos que quiserem regressar, regressarão”, garantiu.
Também à GloboNews, o embaixador Carlos Sobral Duarte, secretário de África e de Oriente Médio da pasta, destacou que a recomendação é que os brasileiros que possuem passagens já compradas procurem utilizá-las, dentro do possível.
Duarte afirmou que a prioridade de retirada, por ora, é para brasileiros que estavam em trânsito por Israel, mas isso “não exclui que não se procure atender a todos os brasileiros que manifestem esse desejo nessas circunstâncias”.
Para os brasileiros na Faixa de Gaza, a retirada em estudo envolve transportá-los por via terrestre — operação complexa, por envolver mais riscos —, em coordenação com a Embaixada do Brasil no Cairo. “Teria que ser uma evacuação, uma saída por terra através de uma porta que tem com o Egito. E aí isso envolve um outro tipo de logística”, disse o secretário.
Conselho de Segurança da ONU
Duarte disse ainda que o Brasil, por ocupar a presidência do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas ), já fez valer uma de suas prerrogativas ao convocar reunião emergencial ocorrida no domingo (8).
O país seguirá sua linha de atuação na política internacional, buscando o mínimo de consenso por meio do diálogo, segundo o embaixador. “A posição histórica do Brasil tem sido de equilíbrio, de buscar facilitar os entendimentos, de buscar uma maior capacidade de diálogo entre as partes. E o Brasil vai continuar a fazer valer isso”.
(Com Reuters)