Eletrobras (ELET3 ELET6): Morgan retoma cobertura com recomendação de compra; ações terminam em queda

Morgan traçou preço-alvo de R$ 54 para as ações ordinárias e R$ 59 para os papéis preferenciais

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O Morgan Stanley retomou a cobertura das ações da Eletrobras (ELET3), com recomendação equivalente à compra e preço-alvo de R$ 54 (para as ações ordinárias) e de R$ 59 (às ações preferenciais), devido ao “desconto excessivo” de avaliação dos papéis.

Os papeis da companhia chegaram a avançar ao longo do pregão, mas, ao final, as ações fecharam em queda: ELET3, -0,48%, a R$ 35,43, e ELET6, -0,55%, a R$ 38,30. O índice de utilities da Bolsa (UTIL), que subia pela manhã, terminou em queda, de menos 0,1%.O Morgan elevou hoje também a recomendação de Copel.

A equipe de research do banco ainda destaca que o momento do setor é relativamente mais favorável para o segmento de distribuição, em comparação com os de geração e transmissão, mas as avaliações relativas não sustentam mais chamadas de ações impulsionadas pela indústria em geral.

Na distribuição, os analistas esperam os termos propostos recentemente para permitir a extensão do contrato. Isso representa uma grande redução de risco para o segmento, mas o mercado tem recentemente desconsiderado uma perspectiva mais construtiva (tanto que as distribuidoras subiram 30% nos últimos 6 meses).

Na geração, a recuperação dos preços da energia parece distante, dado o atual excesso de oferta de energia e os elevados níveis dos reservatórios, colocando este catalisador num futuro distante.

No entanto, a atual curva dos preços da energia está significativamente abaixo dos níveis normalizados de longo prazo, criando um ponto de entrada atraente (as geradoras subiram 9% nos últimos 6 meses).

Eletrobras (ELET3): catalisadores

Segundo relatório, a companhia visa reduzir despesas gerenciáveis ​​(PMSO) para R$ 5,1 bilhões em 2026 (de R$ 8,8 bilhões em 2022), implicando uma redução de aproximadamente 42%.

Esses valores estão acima da estimativa do caso base do banco, de uma redução de 30% nas despesas, a ser capturada por meio de planos de despedimento, serviços partilhados centralizados, entre outras iniciativas.

Além disso, a Eletrobras continua buscando a venda de participações minoritárias, o que pode abrir espaço para dividendos mais altos.

O banco projeta dividend yield (indicador que avalia o rendimento das ações com o pagamento de dividendos) de cerca de 1,0% para ELET3 e 4,0% para ELET6 em relação aos resultados do ano fiscal de 2023.

A Eletrobras ainda não definiu uma política atualizada, pois a gestão está focada em sanar os problemas legados.

Preços de energia

Com relação aos preços no longo prago, o Morgan estima que as ações da Eletrobras estão descontando preços de energia de longo prazo de R$ 105/MWh.

Isso se compara às condições atuais de mercado de longo prazo de R$110-120/MWh (BBCE) e ao cenário base de R$150/MWh (após 2028).

 

Analistas destacam que o custo marginal de expansão (CME) no Brasil (referência teórica para os preços de energia de longo prazo) está atualmente em torno de R$ 190/MWh.

Por fim, o Morgan lembra que o governo federal protocolou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) no Supremo Tribunal Federal (STF) questionando a limitação do poder de voto para mais de 10% de acionistas.

Muitos argumentam que, por o tema ser politicamente sensível, é pouco provável que o STF rejeite o pedido presidencial.

Porém, é importante lembrar, acrescenta a análise, que o limite de votação foi aprovado pelo Congresso brasileiro, que é contra a ADI; portanto, reverter a decisão seria igualmente delicado.

Neste contexto, os consultores políticos acreditam que uma negociação entre as partes envolvidas poderia ser a solução final, em vez de uma decisão do STF.

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