Caso Heloísa: MPF vai recorrer da decisão que negou prisão de policiais
Justiça Federal estabeleceu medidas cautelares, mas não decretou prisão preventiva dos agentes envolvidos na morte da menina.
O Ministério Público Federal vai recorrer da decisão que negou a prisão preventiva dos três agentes da PRF envolvidos na morte de Heloísa dos Santos Silva, de três anos.
A Justiça Federal decidiu apenas pela decretação de medidas cautelares. Fabiano Menacho Ferreira, Matheus Domicioli Soares e Wesley Santos da Silva vão precisar usar tornozeleira eletrônica.
Eles estão proibidos de se aproximar do carro da família de Heloísa e de manter contato com os parentes da criança.
Os policiais ainda precisarão comparecer mensalmente em juízo para comprovar as atividades e cumprir recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga. A saída deles está autorizada apenas para trabalho.
Eles foram afastados das funções e tiveram as armas apreendidas. Os três têm 48 horas para colocar a tornozeleira.
No pedido de prisão, o MPF citou o depoimento da tia da vítima, que relatou coação por parte de agentes da PRF.
Ela afirmou que 28 policiais rodoviários estiveram no Hospital Adão Pereira Nunes, onde Heloisa estava internada, no dia do crime.
O procurador Eduardo Benones destaca uma “inequívoca tentativa de intimidação da família” e “uso indevido da força corporativa”.
O MPF pediu para que a Polícia Federal faça uma nova perícia no carro onde estavam Heloisa, o pai, a tia e uma irmã da criança, de oito anos. O objetivo é saber se mais de três tiros foram dados por um dos agentes da PRF. O número de disparos foi determinado por uma perícia da Policia Civil e confirmado nos depoimentos dos agentes envolvidos na abordagem.
A Polícia Rodoviária Federal afirma que a Comissão de Direitos Humanos presta apoio à família da vítima e que a Corregedoria também investiga o caso.
Não conseguimos contato com as defesas dos policiais.
RELEMBRE O CASO
Heloísa foi baleada no Arco Metropolitano, em Seropédica, Baixada Fluminense, na noite de quinta-feira (7), durante abordagem da Polícia Rodoviária Federal.
O pai da menina disse que se preparava para estacionar quando foi abordado por uma viatura com giroflex ligado. Antes de o veículo parar, o carro foi alvejado e Heloísa foi atingida na cabeça, pescoço e ombro.
Segundo a direção do Hospital Municipal Adão Pereira Nunes, no último sábado (16), a menina sofreu uma parada cardiorrespiratória e não resistiu.
*Sob supervisão de Christiano Pinho.