Mercosul encaminhou à UE resposta sobre exigências adicionais para acordo na noite de 4ª, diz Itamaraty
Brasil ocupa atualmente a presidência temporária do Mercosul e Lula tem repetido sua intenção de ratificar tratado até o final deste ano
O Ministério das Relações Exteriores informou, nesta quinta-feira (14), que o Mercosul enviou na noite da véspera à União Europeia sua resposta à carta adicional enviada pelo bloco europeu aos países sul-americanos no âmbito das negociações de um acordo de livre comércio entre os dois blocos.
“Resposta do Mercosul à UE foi enviada ontem à noite. Hoje há videoconferência entre Mercosul e UE para avançar a discussão, que tem sido objeto de dinâmica frequente de encontros entre os negociadores”, disse a assessoria de imprensa do Itamaraty.
A carta adicional enviada pelos europeus, com cobranças ao Mercosul na área ambiental, já foi classificada de “inaceitável” pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que afirma que o documento contém ameaças de sanções ao Brasil e que não se pode, em um diálogo entre parceiros, haver ameaças.
O Brasil ocupa atualmente a presidência temporária do Mercosul e Lula tem repetido sua intenção de concluir o acordo comercial com a União Europeia até o final deste ano.
Em entrevista coletiva nesta semana em Nova Délhi, na Índia, onde participou da reunião de cúpula do G20, Lula defendeu uma reunião de cúpula entre as lideranças do Mercosul e da UE para que haja uma definição sobre o futuro do acordo.
Lula disse ainda que, caso o pacto comercial não seja fechado nos próximos meses, é necessário decidir se as duas partes querem ou não o acordo e, em caso negativo, parar de discutí-lo.
Também nesta semana, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse durante discurso sobre o Estado da União no Parlamento Europeu em Estrasburgo, na França, que o bloco quer concluir o acordo com o Mercosul — formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai — até o final deste ano.
No entanto, divisões internas no bloco sul-americano têm reduzido as expectativas de que um pacto comercial seja atingido ainda em 2023 e fatores como a eleição para o Parlamento Europeu no ano que vem e a eleição presidencial da Argentina neste ano podem complicar ainda mais o cenário.