Moraes arquiva investigação contra seis empresários que discutiram golpe de Estado em mensagens de WhatsApp
Apuração em relação a dois investigados, Luciano Hang e Meyer Joseph Nigri, foi mantida para apurar conteúdo do celular e um possível vínculo com o ex-presidente Jair Bolsonaro, segundo a PF.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o arquivamento de investigação contra seis dos empresários que foram alvo de mandados em razão de conversas em aplicativo de mensagens sobre um suposto golpe de estado.
O ministro também concedeu à Polícia Federal mais 60 dias para que sejam feitas diligências em relação a dois deles: Luciano Hang e Meyer Joseph Nigri. A apuração em relação a ambos está mantida para apurar o conteúdo do celular de Hang e um possível vínculo com o ex-presidente Jair Bolsonaro, segundo a PF.
Nos textos enviados pelo aplicativo, os empresários, apoiadores do então presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), defenderam um golpe de Estado no Brasil caso o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, vencesse as eleições de outubro para a Presidência da República. As mensagens foram reveladas pelo site “Metrópoles”.
A decisão ocorreu após pedido da PF de prorrogação de prazo para finalizar a investigação, “inclusive com a análise da quebra do sigilo bancário e dos dados contidos nos telefones celulares do investigado Luciano Hang, uma vez que este se recusou a fornecer as senhas dos aparelhos”.
Ainda segundo a PF, na análise de uma conta de e-mail pertencente ao empresário Meyer Joseph Nigri, “ficou robustecido existir uma relação pessoal entre a família do ex-presidente Jais Messias Bolsonaro e o empresário”.
“Inclusive, no ano de 2021, há evidências de uma possível visita do então presidente à residência de Meyer Nigri, ressaltando que o específico grupo de WhatsApp denominado “Empresários & Política”, objeto desta investigação, foi criado, supostamente, naquele ano”, diz o relatório.
Para Moraes, “a dilação de prazo solicitada pela Polícia Federal é justificada, uma vez que, em relação ao investigado Meyer Joseph Nigri há necessidade da continuidade das diligências, pois o relatório da Polícia Federal ratificou a existência de vínculo entre ele e o ex-presidente Jair Bolsonaro, inclusive com a finalidade de disseminação de várias notícias falsas e atentatórias à Democracia e ao Estado Democrático de Direito”.
“Igualmente, em relação a Luciano Hang, o relatório aponta a necessidade de extração e análise do material apreendido em seu celular, em razão da ausência do fornecimento das senhas pelo investigado. Consta, segundo informação policial, que a perícia técnica ainda trabalha no processo de identificação das referidas senhas”, acrescentou o ministro.