Queda de braço com Campos Neto? Haddad é contra ideia defendida pelo presidente do BC

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem seu posicionamento na queda de braço envolvendo crédito rotativo e o parcelamento sem juros no cartão de crédito.

Haddad é contra alterar as regras do parcelamento sem juros, possibilidade mencionada pelo presidente do Banco central, Roberto Campos Neto. O ministro acredita que isso poderia prejudicar lojistas e consumidores.

“Nós herdamos uma taxa de juros absurda do rotativo e vamos ter que equacionar, mas [a solução] não passa por prejudicar o consumidor que está pagando as contas em dia.”

Sugerido pelos bancos como opção para reduzir as taxas de juros do rotativo do cartão de crédito, o fim das compras parceladas sem juros coloca de lados opostos as instituições financeiras e o comércio.

Haddad pontua que os bancos precisam apresentar dados que justifiquem a necessidade de restringir o parcelamento, o que ainda não foi feito.

Segundo o ministro, a previsão é que um grupo de trabalho formado por representantes do Ministério da Fazenda, do Banco Central, da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), da Câmara dos Deputados e do Senado encontre uma solução em até 90 dias.

Este tipo de juro é o mais caro do mercado e é utilizado pelos usuários de cartão de crédito que realizam o pagamento mínimo da fatura, sem quitá-la por inteiro – o que gera juros sobre juros.

Conflito com rotativo do cartão

Durante sessão no Senado na última semana, Campos Neto afirmou que estava em estudo proposta para extinção do rotativo, que conta com uma taxa de 454% ao ano, além de ter mencionado mudanças sobre o parcelamento sem juros.

Segundo ele, os clientes que não quitassem a fatura do cartão de crédito entrariam automaticamente em um parcelamento, com juros em torno de 9%.

“A solução está se encaminhando para que o cliente não vá para o rotativo. Que vá direto para o parcelamento. Extingue o rotativo e quem não paga o cartão vai direto para um parcelamento com taxa ao redor de 9%. E a gente cria algum tipo de tarifa para desincentivar esse tipo de parcelamento sem juros tão longo. Não é proibir o parcelamento sem juros”, disse Campos Neto em audiência no Senado.

Ontem (15), o presidente do BC reafirmou a defesa de mudanças nas atuais regras de cartões de crédito, justificando que esse produto está com uma função “maior do que deveria ter” no mercado brasileiro ao representar 40% do consumo, tendo taxas de inadimplência que chegam a 52%.

O presidente do BC disse que não fazer nada nessa área “pode ser muito ruim”, mas ponderou que não pode adiantar o que será proposto porque as medidas ainda estão em discussão.

* Com Reuters e Agência Brasil

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Fonte moneytimes
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