Camila Farani e Tula Tavares anunciam gravidez de primeiro filho: ‘A nossa é uma história de amor’
Empresária, conhecida pelo 'Shark Tank Brasil' e consultora de moda falam sobre a decisão de se tornarem mães, expectativas e a burocracia enfrentada por um casal homoafetivo para registrar o bebê
A empresária Camila Farani e a mulher, Tula Tavares, vão ser mães: elas esperam a chegada do primeiro filho, um menino que se chamará Lucca. O bebê está sendo gerado pela consultora de moda, já no terceiro mês de gravidez, com óvulos de Camila e um doador anônimo, por fertilização in vitro. A maternidade era um sonho das duas, juntas desde 2021. “Embora eu seja louca por criança e tenha esse instinto maternal muito forte, não pensava sobre o assunto. Mas quando eu encontrei a Camila, isso mudou muito, veio esse desejo de construir uma família com ela e de ter filhos”, diz Tula.
Camilla tinha congelado os óvulos há sete anos, esperando o momento e a pessoa certa. “Foi a decisão mais acertada que eu fiz, porque, além de conhecer a mulher da minha vida, eu pude tornar esse sonho possível junto com ela”, diz a empresária, de 42 anos, sempre lembrada por sua participação no Shark Tank Brasil, que diz acreditar que as mulheres devem pensar no processo de congelamento de óvulos. “Assim, elas têm tempo de entenderem o momento certo para ser mãe e no tempo que for melhor”, aponta.
A empresária Camila Farani e a mulher, Tula Tavares, vão ser mães: elas esperam a chegada do primeiro filho, um menino que se chamará Lucca. O bebê está sendo gerado pela consultora de moda, já no terceiro mês de gravidez, com óvulos de Camila e um doador anônimo, por fertilização in vitro. A maternidade era um sonho das duas, juntas desde 2021. “Embora eu seja louca por criança e tenha esse instinto maternal muito forte, não pensava sobre o assunto. Mas quando eu encontrei a Camila, isso mudou muito, veio esse desejo de construir uma família com ela e de ter filhos”, diz Tula.
Camilla tinha congelado os óvulos há sete anos, esperando o momento e a pessoa certa. “Foi a decisão mais acertada que eu fiz, porque, além de conhecer a mulher da minha vida, eu pude tornar esse sonho possível junto com ela”, diz a empresária, de 42 anos, sempre lembrada por sua participação no Shark Tank Brasil, que diz acreditar que as mulheres devem pensar no processo de congelamento de óvulos. “Assim, elas têm tempo de entenderem o momento certo para ser mãe e no tempo que for melhor”, aponta.
Suas famílias, elas contam, estão empolgadas com a chegada de Lucca, cujo nome é uma homenagem aos dois avôs. Tula está vendo enxoval (“um look combinando com o outro”), e Camila já pensa na escola e metodologias educacionais, além de cuidar das questões burocráticas.
“Estamos felizes, como era de se esperar, pois um filho sempre é motivo de muita alegria, mas já estamos enfrentando questões burocráticas por sermos um casal homoafetivo no Brasil. As leis ainda estão atrasadas e, só para ter ideia, já estamos percebendo as dificuldades para realizar o registro quando for a nossa hora”, diz a empresária, ressaltado o valor do que o casal está construindo. “A nossa é uma história de amor. Estamos falando de uma nova vida, uma nova esperança”, diz.
Como foi a decisão de ter um filho neste momento, com pouco mais de dois anos juntas?
CAMILA: Ser mãe sempre foi um desejo muito grande, mas este sonho foi ficando um pouco de lado e com a carreira, com o volume de coisas, os desejos que eu tinha também de progredir na minha vida profissional, veio o Shark Tank Brasil e tanta coisa que eu gosto de fazer…. Então, com 35 anos eu decidi congelar os óvulos, para que com o tempo eu tivesse um pouco mais de segurança de ser mãe com calma. Foi a decisão mais acertada, porque, além de conhecer a mulher da minha vida, eu pude tornar esse sonho possível junto com ela. É no momento onde eu estou um pouco mais tranquila e estabilizada.
TULA: Eu sempre tive um instinto maternal muito grande, sempre gostei muito de criança e sempre levei muito jeito. As pessoas sempre falavam comigo: ‘Você nasceu para ser mãe’, e eu confesso que nunca imaginei ser mãe um dia. Não tinha esse plano para minha vida. Embora eu seja louca por criança e tenha esse instinto maternal muito forte, não pensava sobre o assunto. Mas quando eu encontrei a Camila, isso mudou muito, veio esse desejo de construir uma família com ela e de ter filhos. E aí eu construí esse sonho junto com ela.
CAMILA: O que eu sugiro aqui é para que todas as mulheres pensem cada vez mais no processo de congelamento de óvulos, porque assim elas têm tempo de entenderem o momento certo para ser mãe e no tempo que for melhor para elas.
O que podem detalhar do processo? Optaram por um doador anônimo ou alguém próximo a vocês que participará da criação do bebê?
CAMILA: Foi um processo de fertilização in vitro, com doador anônimo e sêmen anônimo. Acho importante, também, ressaltar o trabalho de uma outra mulher, que foi a doutora Maria Cecília, da Clínica Vida, que já era minha médica. Ela, há alguns anos, foi quem fez o meu congelamento de óvulos. Então, ela sabia do desejo [de Camila ser mãe]. Foi muito lindo, porque na hora da implantação do embrião, ela fez uma oração junto conosco. Maria Cecília perguntou qual música simbolizava a nossa relação e rezou com a gente. Foi um momento extremamente emocionante que a gente vai levar para a vida. Nunca mais vamos esquecer.
Camila, você falou das questões burocráticas para registro a criança, pode explicar quais os problemas que estão enfrentando?
CAMILA: Eu comecei a sondar alguns alguns cartórios, fui pelo caminho tradicional de ligar para cartórios. Foi quando comecei a ver muita dificuldade com coisas simples, como a documentação necessária. Então, o cartório me passou para um segundo, que me passou para um terceiro e todos eles não tinham informação. Até que eu decidi perguntar em um grupo de mulheres de dupla maternidade o que elas sugeririam. E como sou precavida, organizada e planejada, eu gosto de saber tudo antes. Ainda que estejamos com três meses de gestação, toda essa parte burocrática, etc., já estou me informando. Eu procurei ver antes até para a gente não ter surpresas como essa e ter tempo para fazer as coisas com calma.
O bebê vai nascer no Brasil ou no exterior? Acredita que se Lucca nascesse em um país com mais amparo aos casais homoafetivos, esta questão burocrática seria mais fácil?
CAMILA: Vai nascer no Brasil, com certeza! Eu confio plenamente no meu país, mas sei que a realidade não é tão simples assim. Eu acredito na evolução das questões burocráticas com relação a casais homoafetivos, não só para mulheres gays, mas também para todos os LGBTQIAPN+. Mas, ao mesmo tempo, acho que cada vez mais as pessoas devem se unir, para que a gente consiga, através de políticas públicas – seja chamando a atenção do poder público, como um todo; seja através de parcerias público e privada -, de fato trazer um pouco mais de leveza. Porque, no final das contas, a gente está falando de histórias de amor. A nossa é uma história de amor. Estamos falando de uma nova vida, uma nova esperança. Então, sem dúvida nenhuma, as pessoas abrindo mais a cabeça, mesmo sabendo que não é simples mudar uma mentalidade preconceituosa, acredito que a gente caminha para um mundo cada vez melhor e para um Brasil melhor.
Como escolheram o nome do bebê?
CAMILA: Lucca é uma homenagem ao meu pai, que faleceu quando eu tinha quatro anos e se chamava Luiz. O pai da Tula, que faleceu há três anos, era Cláudio. Então é uma mistura de Luiz com Cláudio e acabou ficando Lucca, que é um nome que a gente ama. A grafia vai ser no modelo italiano, com dois ‘c’. Eu sou descendente de italiano, a Tula também, e o Lucca, né?
Quais as expectativas e ansiedades neste momento?
CAMILLA: A expectativa é que ele venha com saúde, que venha em paz, e ciente de que está dentro de um ambiente de muito amor, em que as pessoas são valorizadas por aquilo que elas são dentro do peito, dentro do coração, e não por aquilo que elas têm. É claro que hoje a gente está numa posição um pouco mais privilegiada, mas, no fim, somos todos humanos e estamos esperando ele aqui, junto da nossa família e dos nossos amigos . A gente tá esperando o Lucca com muito, muito amor, muita força e muita energia de luz. Ele é fruto de uma união de almas. Eu costumo dizer que eu espero um dia terminar as minhas palestras dizendo que sempre fui uma ótima investidora, mas sem dúvida nenhuma, o Lucca foi e sempre vai ser o melhor investimento da minha vida, que é a minha família!
E na prática como está sendo?
CAMILA: Temos algumas coisas curiosas, porque enquanto a Tula está vendo tudo de enxoval, um look combinando com o outro, eu estou vendo a escola. Estou vendo as questões burocráticas, as possibilidades das metodologias educacionais. São universos em que cada uma gosta. Ela na área de moda e eu na área de negócios, o que no final acaba se complementando. A gente está realmente muito ansiosas, somos duas mães de primeira viagem. Tudo é muito novo, tudo é muito diferente. É um universo que estamos realmente adorando explorar.
Como suas famílias e amigos receberam a notícia?
Camila: A minha mãe e a mãe da Tula ficaram felizes. A minha mãe, por exemplo, sempre teve um sonho de ser avó e, durante muito tempo, acho que ela pensou que não ia acontecer. Mas acho que a ficha dela ainda não caiu, sabe? Então, hoje elas estão superfelizes e só falam ‘meu neto para cá, meu neto para lá’. A mãe da Tula falou que vai brincar com ele, vai fazer esporte. Já a minha mãe falou que o que precisar dela no momento do nascimento e nos meses seguintes, podemos contar.
Lucca terá avós bem presentes…
A minha mãe está sempre comigo, também. Ela falou para contar com ela, estão sempre muito preocupadas com a evolução do bebê, com a saúde da Tula. Os meus amigos estão felicíssimos, meus amigos mais próximos já sabiam que a gente ia fazer algumas tentativas. Então todos eles estão realmente muito felizes. É uma energia tão bonita. Eu acho que uma criança, um novo ser vivo, traz uma iluminação divina, união, beleza. É um momento muito mágico.
Camila, você vai pisar no freio no trabalho quando o bebê nascer? E Tula, como está se preparando neste aspecto?
TULA: As minhas consultorias de moda já são online, isto flexibiliza muito a minha agenda e os meus compromissos, e eu consigo conciliar muito bem. E agora com a chegada do Lucca, a prioridade vai ser ele. Eu vou conseguir conciliar os dois e fazer de tudo para dar a melhor criação, educação, amor e alegria a esse serzinho já tão esperado.
CAMILA: Eu acho que tudo na vida se trata de prioridades e a prioridade é você quem faz. O fato de eu ter esperado, realmente foi para que quando ele nascesse eu pudesse dar uma atenção maior, para que eu pudesse dar a ele uma vida melhor, mais segurança, que eu estivesse mais estável também. Sem dúvida nenhuma pisar no freio vai ser uma das coisas importantes, mas eu quero dizer que eu amo tanto que eu faço, que é tornar as pessoas protagonistas das suas vidas, pelo empreendedorismo, que muitas vezes até se confunde com o lazer. É muito bom, mas às vezes também é um perigo, que você vai trabalhando, trabalhando. Posso afirmar com toda certeza que era a única coisa que faltava na minha vida, ser mãe. Então eu só vejo isso com um lado positivo.