UM NOVO MAPA POLÍTICO COMEÇA A SER DESENHADO EM PALMAS

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Por Edson Rodrigues

 

Duas novas peças foram colocadas no tabuleiro sucessório em Palmas. Primeiro Raul Filho voltou a ser elegível após sua absolvição, agora, Lula sai da cadeia.  Com esses novos ingredientes, dificilmente Raul Filho deixará de ser um dos candidatos mais fortes, principalmente se voltar a se filiar ao PT e tiver Lula em seu palanque.

 

Raul terá a seu favor outros pontos importantes que influenciarão na decisão do eleitorado, que são as demissões em massa, praticadas pelo governo do Estado em sua luta para se enquadrar na Lei de Responsabilidade Fiscal, e pela prefeitura de Palmas.

 

A grande massa dos eleitores de Palmas (50 a 56 mil pessoas) faz – ou fazia – parte dos servidores estaduais e municipais e grande parte deles foi atingida pelas demissões.  Junte-se a isso o fato de o governo Jair Bolsonaro ter congelado os salários dos aposentados e o fato de Palmas ser uma cidade administrativa, está pronto o cenário perfeito para que o discurso do PT cole “como chiclete” na mente dos eleitores.

 

CINTHIA RIBEIRO

Boa parte dos secretários e dos principais assessores da prefeitura de Palmas reclama que Cinthia Ribeiro terceirizou seu governo, entregando- nas mãos da sua chefe de gabinete, Mila Jaber, que nunca disputou um mandato eletivo em Palmas ou no Estado, mês está prefeita, ante as constantes ausências da prefeita de fato e de direito no Paço Municipal.

A forma com que são tratados pela “Dilmona” levou vários secretários e servidores com cargos importantes a se distanciarem da sala principal da prefeitura e, muitos, até, a se desligarem da equipe de Cinthia, como é o caso de César Guimarães e Guilherme Ferreira, (foto) dois secretários extremamente experientes, técnicos e competentes, funcionários de carreira do Senado Federal, que trocaram Brasília por acreditar em uma missão a ser cumprida em Palmas, mas acabaram percebendo a cilada que se formava no horizonte próximo.

 

Todos esses que ajudavam Palmas a crescer, hoje fazem parte do passado e são tratados como inimigos.

 

INGRATIDÃO

Os observadores de plantão dizem que o governo de Cinthia não tem “bandeira”, não tem discurso, planejamento nem grupo político e que o único ato coerente da sua administração, até agora, foi ter pago as progressões dos servidores públicos, e resumem seu governo em uma palavra: ingratidão.

Ataídes Oliveira,Cinthia e Amastha

 

Ingratidão com quem lhe indicou para ser a vice de Amastha (Ataídes Oliveira), ingratidão com o próprio Amastha que lhe confiou o comando da Capital por dois anos e meio.  Ingratidão com a ex-secretária de Comunicação, que veio de Brasília para coordenar sua área de marketing. Ingratidão com César Guimarães e Guilherme Ferreira e com muitos ex-assessores e até mesmo com servidores da ativa, de quem se distanciou.

 

Cinthia dificilmente despacha com vereadores e, segundo o presidente do seu partido, o ex-senador Ataídes Oliveira, “dorme até as 10h da manhã e está mais presente nas redes sociais que no Paço Municipal”.

 

Apesar dessa “ingratidão” e da terceirização do seu governo, Cinthia Ribeiro ainda tem a seu favos o fato de estar aplicando os recursos deixados por Amastha e, em uma avaliação superficial, sai com vantagem em relação ao candidato do Palácio Araguaia pois os servidores municipais parecem, minimamente, satisfeitos.

 

A única coisa que os analistas políticos afirmam que não pode ser atrelada ao governo de Cinthia Ribeiro é a corrupção.  Pelo menos até agora.

 

O Paralelo 13, por meio de fontes fidedignas, foi informado de que “há um procedimento em andamento, em estágio avançado, em segredo de Justiça, sobre um possível ato não republicano ocorrido na administração de Cinthia Ribeiro”.

 

Segundo essa fonte, “caso haja fundamentos comprobatórios, o Ministério Público cuidará de fazer a denúncia”.

 

E O Paralelo 13 seguirá atento ao caso.

 

WANDERLEI BARBOSA

Já a situação da candidatura do vice-governador, Wanderlei Barbosa, à prefeitura de Palmas  não é nada animadora.  A pretensão de Barbosa ainda não saiu do papel, da sua vontade e da vontade do governador, Mauro Carlesse.

 

Para que a candidatura de Barbosa decole, ele precisa, antes de tudo, contar com o apoio integral dos membros do governo estadual e dos aliados na Câmara Federal e na assembléia Legislativa e, até este momento, apenas 10% desse pessoal parece disposto a estar no palanque de Wanderlei.

 

A não ser que o governo de Carlesse opere um milagre, esse quadro parece pouco provável de ser alterado.

 

A VEZ DA “GESTÃO QUALIFICADA”

De forma estratégica, um grupo de empresários de vários setores, como agronegócio, construção civil, imobiliário e comércio, está mantendo reuniões reservadas, em busca da definição de um nome saído de seu próprio grupo, para representá-los como candidato á prefeitura de Palmas.

 

Segundo um dos integrantes desse grupo, “será uma pessoa com passado ilibado, sem problemas de qualquer natureza com a Justiça – principalmente tributária e trabalhista – em quem possamos apostar nossas reputações e apontar para a sociedade como uma pessoa que trará a ‘gestão qualificada’ para o paço Municipal. Alguém que seja capaz de tratar os servidores como ‘colaboradores’, observar os recursos públicos como ‘receita’ e ‘despesa’, dentro da premissa que não se pode gastar mais do que se recebe e que tenha demonstrado isso em sua carreira empresarial”.

As pesquisas de consumo interno dos partidos que pretendem ter candidatos á sucessão em Palmas, apontam para uma enorme tendência do eleitorado em escolher nomes  distantes das práticas da velha política e mais próximos dos bons gestores.  Logo, o surgimento de um candidato compatível, como parece ser a intenção desse grupo de empresários, pode cair como uma luva para o eleitorado palmense.

 

“Como existe o tempo do pequi, do puçá, da manga e da chuva, é o tempo do ‘novo’”, sentencia nosso interlocutor.

 

A única coisa que está pesando nessa intenção de escolha desse candidato é que o tempo para que ele se torne conhecido dos eleitores e que suas propostas sejam apresentadas com clareza, está diminuindo a cada dia e seu grupo precisa definir, logo, quem será o escolhido.

 

Palmas precisa de novas propostas e novas idéias de gestão, que traga bons resultados administrativos aliados à geração de emprego e renda e ao tratamento justo dos servidores municipais.

 

Falta, apenas, colocar os planos em prática e criar a ponte com o eleitorado.

 

RETROVISOR

Para finalizar esta análise, não podemos deixar de fazer dois alertas:

 

I – Há, em todo o contexto eleitoral histórico da Capital, um grande tabu a ser superado pelo governados Mauro Carlesse: nenhum governador do Tocantins, nos últimos 22 anos, conseguiu eleger o prefeito de Palmas.

 

II – O outro desafio diz respeito à oposição, que terá que derrotar no voto popular o candidato de Mauro Carlesse, Wanderlei Barbosa.  Carlesse venceu três eleições estaduais seguidas, duas delas apenas com o poder da “caneta”, com os cofres vazios, impedido de nomear, conceder vantagens ou realizar despesas.

 

Hoje, Carlesse tem a “caneta” cheia de tinta e os cofres públicos apenas esperando ser abarrotados com os recursos dos empréstimos, repasses e emendas, além dos recursos do Pré-Sal, na plenitude do poder.

 

Mesmo a candidatura do vice-governador ainda não tendo decolado, ainda há muito tempo – e recursos – para fazer com que isso aconteça, lembrando que as eleições de outubro do ano que vem representam um “espelho” da corrida sucessória estadual em 2022, ou seja, muita coisa estará em jogo além das prefeituras.

 

Vamos, então, aguardar os próximos lances, que podem ser inacreditáveis.

 

Até nossa próxima análise!

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Fonte oparalelo13
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