IPCA de maio, arcabouço fiscal no Senado e dados da economia chinesa: o que acompanhar na semana
Tudo o que o investidor precisa saber antes de operar na semana
A semana está mais curta com o feriado cristão de Corpus Christi, na próxima quinta-feira (8). A agenda de indicadores econômicos no Brasil fica enfraquecida, mas na seara política, há muito o que ser tratado nos próximos dias. No Senado, o arcabouço fiscal ainda precisa passar pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Parlamentares avaliam mudanças no texto, mas querem evitar nova votação na Câmara.
O relator da reforma tributária, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), confirmou que apresentará o relatório da reforma na próxima terça-feira (6). Mas o texto será um apanhado das atividades do grupo de trabalho – o substitutivo às propostas em tramitação (PEC 45/19, da Câmara, e PEC 110/19, do Senado), segundo sua assessoria, deverá ser divulgado quando for definida uma data para a discussão em Plenário.
Por fim, há também a expectativa de que o governo anuncie oficialmente o programa para reduzir os preços de carros populares. A desoneração deve ocorrer via medida provisória.
O relatório Focus do Banco Central desta segunda-feira (5) também deve ter atenção especial. Depois que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do terceiro trimestre avançou 1,9%, acima das expectativas do mercado, é possível que economistas revisem suas projeções para o crescimento da economia neste ano e nos próximos.
A inflação de maio medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) será divulgada antes do feriado, na quarta-feira (7). O Itaú prevê uma desaceleração para 0,31%, de 0,61% em abril, com o apoio de preços da gasolina e de alimentos. Assim, a taxa anual ficaria em 4%.
“Olhando para o núcleo da inflação, tanto serviços quanto bens devem desacelerar na margem”, escreveu Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú.
O Bradesco prevê alta mensal de 0,34% para o índice. “Esse resultado representa uma desaceleração importante em relação à alta de 0,61% em abril, principalmente por conta de passagens aéreas e alimentação, ainda que bens e serviços subjacentes também devam perder força”, escreveu a equipe de análise do banco.
Destaques da agenda internacional
O desfecho da reunião da Opep+, realizada neste fim de semana, deve trazer desdobramentos no mercado ao longo dos próximos dias. Estoques de petróleo nos Estados Unidos serão divulgados na terça e na quarta-feira. Outros destaques da agenda americana são as encomendas à indústria (na segunda-feira), a balança comercial (na quarta) e os pedidos semanais de auxílio-desemprego (na quinta).
Mas os investidores também devem olhar com atenção para os índices de gerentes de compras (PMI), composto e de serviços, que vão ser conhecidos na terça-feira. Alias, os PMIs também estão na agenda de indicadores da Europa e Ásia.
Na China, o PMI Caixin de serviços será divulgado na segunda-feira e a expectativa é que recue para 55, de 56,4 em abril. Caso a previsão se confirme, será o segundo mês consecutivo de desaceleração da atividade.
Na quarta-feira, o mercado vai conhecer a balança comercial chinesa referente ao mês de maio. O mercado projeta um crescimento de 7% nas exportações, na comparação anual. Em abril, o crescimento havia sido de 8,5%. As importações devem apresentar uma queda de 5%, menor que o recuo de 7,9% registrado um mês antes.
Por fim, os índices de inflação chineses serão conhecidos na sexta-feira (9). O mercado espera um aumento anual de 0,2% no índice de preços ao consumidor de maio e uma retração de 2.8% nos preços ao produtor, na mesma base de comparação.
O conjunto de dados poderá confirmar uma maior desaceleração da economia chinesa.
(com Agência Câmara de Notícias)