Quatro em cada dez brasileiros estavam inadimplentes em abril, aponta CNDL
Segundo a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o setor que concentra a maioria das dívidas é o dos bancos: 63,76% do total. Em segundo lugar aparece o comércio e, logo atrás, o setor de água e luz.
De cada dez brasileiros adultos, quatro estavam inadimplentes em abril deste ano. É o que dizem dados divulgados nesta segunda-feira (22) pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
Em abril deste ano, mais de 66 milhões de brasileiros estavam inadimplentes, ou seja, com dívidas em atraso nos serviços de proteção ao crédito. Um aumento de 8,08%, em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo a pesquisa, cada consumidor inadimplente deve, em média, para duas empresas. E o valor dessas dívidas somadas chega a R$ 4 mil.
A especialista em finanças da CNDL, Merula Borges, diz que o cenário econômico, principalmente durante a pandemia, afetou bastante o bolso das famílias, e muitas delas tiveram que deixar algumas contas de lado.
“A gente teve a inflação, especialmente dos alimentos, por muito tempo na casa dos dois dígitos. Para as famílias de renda mais baixa, isso tem um impacto significativo, já que elas têm os alimentos como uma parte grande do orçamento. Acabam priorizando alimentos, coisas mais de urgência no dia a dia e aquelas outras contas ficam a pagar”, diz.
O setor que concentra a maioria das dívidas é o dos bancos: 63,76% do total. Em segundo lugar aparece o comércio e, logo atrás, o setor de água e luz. A CNDL explica que o banco costuma aparecer em primeiro lugar porque, tradicionalmente, é o maior financiador das dívidas – mas elas geralmente surgem por outros motivos.
“De repente, a pessoa ao invés de deixar a conta de energia sem pagar, paga no cartão de crédito e acaba rolando essa dívida mais para frente, e aí a dívida fica com o banco, mas o motivo foi outro. A dívida, lá na inadimplência, acaba sendo com o banco, mas o que gerou essa dívida foi um outro fator”, afirma Merula.
📌 Como quitar as dívidas?
Os especialistas dizem que é importante o consumidor mapear as dívidas que têm e dar prioridade sempre para as que têm os juros mais altos, como o cartão de crédito e o cheque especial, por exemplo.
Outra dica é conversar com a empresa credora e renegociar o valor, mas é importante ter certeza que conseguirá arcar com a dívida nos novos termos.
“Que elas busquem renegociar a dívida, mas a partir do momento em que elas têm algum valor para dar. Cerca de 74% dos entrevistados acabam não cumprindo o acordo que é feito. Já que essa renegociação, é feita também com juros em cima de juros, então não adianta renegociar e não conseguir arcar com os parcelamentos depois”, completa a especialista.