Com nova tabela do IR, quem ganha acima de R$ 2.640 terá extra de R$ 15,60 no salário
Segundo cálculo da Unafisco, mudança refelte na parcela a deduzir de todas as faixas; alívio anual é de R$ 187,20
Com o aumento da isenção do Imposto de Renda, que passou de R$ 1.903,98 para até dois salários mínimos (R$ 2.640) desde 1º de maio, quem ganha acima desse valor terá um acréscimo de R$ 15,60 no pagamento mensal líquido a partir da folha de pagamento de maio. O cálculo é da Unafisco (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil).
Segundo a associação, isso ocorre por causa da mudança da tabela do Imposto de Renda com a nova isenção, e terá efeito em todas as faixas.
O presidente da Unafisco, Mauro Silva, explica que, embora a tabela só tenha sido alterada na primeira faixa, a sistemática de funcionamento acaba refletindo na parcela a deduzir das demais faixas. O alívio anual foi calculado em R$ 187,20.
“Na base de cálculo, você vê que alíquota se encaixa. Se for R$ 6 mil, por exemplo, você está na maior alíquota, de 27,5%. Pega essa base e multiplica por 27,5%. Para saber quanto tem que pagar, você abate a parcela a deduzir. Essa parcela a deduzir tem o efeito dos R$ 15,60 a mais por mês. Esse efeito ocorre em todas as faixas de maneira igual”, afirma Silva.
Empregados, autônomos, aposentados, pensionistas e outras pessoas físicas que recebam até dois salários mínimos (R$ 2.640) não serão tributados pelo Imposto de Renda já a partir deste mês.
A medida alterou a regra vigente desde 2015. Na regra anterior, a faixa de isenção do IR era de até R$ 1.903,98 por mês. O governo divulgou o aumento desse patamar para R$ 2.112 e disse que haverá um desconto mensal de R$ 528 direto na fonte — ou seja, no imposto que é retido do empregado. Com isso, somados os dois mecanismos, quem ganha até R$ 2.640 não pagará IR — nem na fonte, nem na declaração de ajuste anual.
A nova faixa de isenção do Imposto de Renda vai beneficiar em torno de 10,2 milhões de brasileiros, segundo uma estimativa da Unafisco.
Com a tabela anterior, por volta de 8,8 milhões de cidadãos brasileiros ficavam sem necessidade de acertar as contas com o Leão.