Recorde e ‘fim de zica’ de Gabigol não impedem empate amargo do Flamengo contra o Racing na Libertadores
Quando da definição das chaves da Libertadores, o vice-presidente de futebol do Flamengo, Marcos Braz, disse que não poderia reclamar do sorteio. Nem mesmo a presença do poderoso Racing incomodou o dirigente, uma vez que os enfrentamentos seriam uma oportunidade de ‘dar o troco’ pela eliminação no torneio de 2020. Nesta quinta-feira, brasileiros e argentinos fecharam a terceira rodada do Grupo A. No El Cilindro, tudo igual: 1a 1.
O jogo, como não poderia deixar de ser, teve total clima de rivalidade. E a presença de Jorge Sampaoli em sua terra natal teve tudo para ser sinônimo de plena sorte – só que não. Obviamente, ele deixava transparecer, à beira do gramado, seu tradicional nervosismo. Não se acalmou um minuto sequer, nem mesmo quando seu time, logo aos 26 minutos, ficou com um jogador a mais em função da expulsão de Hauche – aliás, ele tomou dois cartões praticamente em sequência.
A partir de então, a partida se colocou à feição do Flamengo. Se antes o time tinha dificuldades para acampar no campo de ataque, em vantagem numérica a pressão foi natural. Aos poucos, os rubro-negros passaram a levar perigo. Gabigol, por exemplo, perdeu uma chance incrível depois de assistência de Pulgar. No entanto, não perdoou quando, após falta ensaiada cobrada pelo próprio Pulgar, fez de primeira, com a perna esquerda, para a festa de Sampaoli e companhia. Um golaço!
Na etapa final, o Fla se deu ao luxo de contar com o retorno de Arrascaeta, que ficou praticamente um mês e meio longe dos gramados. Porém, o que seria uma vitória acabou se transformando em um desgostoso empate. Wesley recebeu cartão vermelho bobô e, na cobrança de falta, Oróz colocou no fundo da rede de Santos. Eram 28 minutos, o cenário mudou por completo, e o Flamengo, que antes passava a dividir com o próprio Racing a liderança do Grupo A, agora se manteve a três pontos de distância – 7 contra 4 -, na segunda colocação. E olha que poderia ter sido pior se uma bola de Saliadarre, oriunda de um erro de Fabrício Bruno, não carimbasse a trave. Nos acréscimos, Thiago Maia respondeu na mesma medida.
O recorde de Gabigol
Se Gabigol vinha em má fase, sem marcar um gol com bola rolando desde fevereiro, o fim da zica veio em grande estilo. O tento anotado no último lance do primeiro tempo serviu para deixar o camisa 10 na liderança isolada entre os artilheiros brasileiros na história da Libertadores.
Ele chegou a 30 bolas na rede, deixando Luizão, com 29, para trás. Fred e Palhinha, com 25, fecham o top 3. Gabigol ainda se igualou ao uruguaio Julio Morales, quinto maior goleador da Libertadores entre jogadores de todas as nações. Uma noite para ficar marcada, para sempre, na memória do atacante. Pena, apenas, que o gol não garantiu os três pontos à equipe do Rio de Janeiro.