Alertas de desmatamento na Amazônia crescem 5,42% em outubro de 2019

Comparação é em relação ao mesmo mês de 2018. Foram 554,77 km² com sinais de devastação, o segundo pior outubro da série histórica, que começa em 2015.

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A área sob alerta de desmatamento na Amazônia teve um aumento de 5,42% no mês de outubro de 2019, comparado ao mesmo mês do ano anterior. São 554,77 km² de floresta com sinais de devastação neste ano, o segundo pior outubro da série histórica, que começa em 2015.

Os dados são do sistema Deter-B, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e foram divulgados na manhã desta sexta-feira (8).

Infográfico mostra a área de floresta sob alerta de desmatamento de 2015 a 2019. — Foto: Elida Oliveira/G1

Esse número não é classificado pelo governo federal como taxa oficial de desmatamento, que é medida por outro sistema do Inpe, o Prodes. Os dados do Prodes são divulgados anualmente e abrangem o período de julho de um ano a agosto do ano seguinte. O período que se encerra em 2019 ainda não foi divulgado, mas nos últimos três anos, os alertas têm sido confirmados nas taxas oficiais de desmatamento.

Na análise por trimestre, de agosto a outubro de 2019 foram 3.428,58 km² sob alerta de desmate, contra 1.792,1 km² no mesmo trimestre de 2018.

A análise de dados comparativos por trimestre evita distorções sazonais que possam ser causadas por problemas na leitura dos satélites, como a presença de nuvens de chuva, por exemplo.

Infográfico mostra a evolução da área com sinais de devastação na Amazônia de 2015 a 2019 no trimestre de agosto a outubro — Foto: Elida Oliveira/G1

Ciclo do desmatamento

O mês de outubro já começa a indicar uma queda no ciclo de desmatamento, em comparação aos meses anteriores. Isso ocorre porque o desmate é feito preferencialmente na estação seca e, em outubro, já começa a chover em algumas regiões da Amazônia, afirma Claudio Angelo, do Observatório do Clima.

“Outubro começa a cair em relação a setembro porque setembro é o pico da estação seca, e em outubro começa a chover. Também pode ter sido efeito da ação do governo, embora em setembro isso não tenha refletido nos números – a queimada começou a cair [em setembro], mas o desmatamento, não”, afirma.

Em setembro, os alertas de desmatamento emitidos para o bioma Amazônia atingiram o dobro da média para o mês nos últimos 4 anos. Já os focos de incêndio caíram em setembro na Amazônia e subiram no Cerrado, Pantanal, Pampa e Mata Atlântica.

A diferença de área sob alerta de desmate entre setembro e outubro também pode ser reflexo da presença do governo federal na Amazônia, devido à Garantia da Lei e da Ordem (GLO) ambiental, decreto publicado pelo governo federal para o envio de Forças Armadas para evitar as queimadas na Amazônia. O governo federal autorizou o envio da tropa em 23 de agosto e prorrogou o prazo até 24 de outubro.

Caminho da mudança da terra na Amazônia — Foto: Rodrigo Sanches/G1
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Fonte globo
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