Partido de Lira forma maior bloco da Câmara, com 175 deputados
O grupo será composto por PP, União Brasil, PDT, PSB, Solidariedade, Avante, Patriota e pela federação Cidadania-PSDB
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), fechou um acordo para retomar o controle do que será o maior bloco partidário da casa legislativa. O “superbloco” reunirá legendas do centro, de direita e da base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma demonstração de força do parlamentar alagoano.
O grupo será composto por PP, União Brasil, PDT, PSB, Solidariedade, Avante, Patriota e pela federação Cidadania-PSDB e terá ao todo 175 deputados. O movimento é uma resposta ao bloco formado no fim de março por MDB, PSD, Republicanos, Podemos, PSC, com 142 parlamentares.
O “superbloco” foi anunciado pelo deputado Elmar Nascimento (BA), aliado de Lira e líder do União Brasil na casa legislativa, em um pronunciamento feito no Salão Verde da Câmara dos Deputados na tarde desta quarta-feira (12).
Nos bastidores, a notícia é vista como demonstração de força de Lira em meio a uma disputa que começa a ser travada por sua sucessão ao comando da Câmara dos Deputados a partir de 2025. De um lado, Elmar Nascimento é visto como o favorito do atual mandatário para a troca de bastão. Do outro, aparece o deputado Marcos Pereira (Republicanos-SP).
Blocos partidários são formados por duas ou mais legendas em busca de maior força na casa legislativa e de prerrogativas específicas. Os maiores agrupamentos conseguem mais espaços em comissões temporárias, além de precedência nas relatorias de proposições.
O novo blocão, assim que protocolado, deve se firmar como uma força política que precisará ser considerada pelo Palácio do Planalto, caso queira ver aprovados o projeto de lei complementar do arcabouço fiscal, que necessita de maioria absoluta, e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária, que depende de ao menos 308 votos em dois turnos de votação.
A formação do agrupamento, de quebra, agrada a parte do PP que deseja manter maior proximidade ao governo Lula. Um dos efeitos esperados com o movimento é também uma perda relativa de espaço de PL e PT, as duas maiores bancadas individuais da casa legislativa, na distribuição de espaços.
Parlamentares ouvidos pelo InfoMoney, contudo, dizem não ver mudança significativa na situação da governabilidade na Câmara dos Deputados com a notícia e lembram que siglas da base aliada, como PDT e PSB, integrarão o novo blocão.
(com Reuters)