Pacheco prorroga prazo para análise de medidas provisórias no Senado

A decisão vale para 15 medidas e ocorre em meio ao impasse entre a Câmara e o Senado sobre o trâmite das MPs

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Em meio à queda de braço entre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobre a volta das comissões mistas, 15 medidas provisórias tiveram a validade e, portanto, o prazo de análise prorrogado por 60 dias. Destas, sete foram editadas pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A prorrogação foi assinada por Pacheco, que também é presidente do Congresso, e publicada no Diário Oficial desta quinta-feira (30).

Parte das MPs prorrogadas já foram aprovadas pela Câmara nesta semana. São medidas editadas ainda no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

É o caso da MP 1.146/22, que altera a base de cálculo do salário de servidores que atuam no exterior, incluindo cidades onde o Brasil abriu representação diplomática. Apesar de também ter sido incluída na prorrogação, a MP 1.149/22, que autoriza a Caixa a administrar o fundo com os recursos do Seguro Dpvat, já foi votada também no Senado e segue para a promulgação.

A extensão do prazo de validade dá ao Senado mais tempo para analisar a MP 1148/22, que renova por dois anos as regras de tributação em bases universais, que foi aprovada na Câmara. A medida beneficia multinacionais brasileiras com subsidiárias no exterior.

Há medidas que ainda precisam ser analisadas pelas duas Casas. É o caso da MP 1.147/22, que limita a isenção fiscal do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos e restringe os tipos de atividade que continuarão isentas de pagar impostos federais.

O mesmo ocorre com as seguintes MPs: 1150/22, que amplia o prazo, pela quinta vez, para que proprietários rurais peçam adesão ao Programa de Regularização Ambiental; 1151/22, que permite a utilização de créditos de carbono a concessionários de gestão florestal; 1152/22, que altera tributos de empresas em negócio com o exterior; e 1153/22, que adia multa para motoristas profissionais que não fizerem o exame toxicológico e suspende sua aplicação até 2025.

Medidas do governo Lula

No caso das medidas editadas pelo governo Lula, a ideia é que elas sejam apreciadas primeiramente nas comissões mistas — voltando-se, assim, ao rito normal, que foi mudado durante a pandemia de Covid-19.

Há, no entanto, a expectativa de que os deputados não compareçam às sessões como forma de retaliação à decisão de Pacheco de reinstalar as comissões, à revelia do que desejava a Câmara.

Diante da confusão, sete MPs de Lula já tiveram o prazo prorrogado. Caso contrário, perderiam a validade já na próxima semana. Entre essas medidas, estão: a que reestrutura os ministérios; a que extingue a Fundação Nacional de Saúde (Funasa); a que complementa o Auxílio Brasil, que passou a ser chamado de Bolsa Família, e o Auxílio Gás dos brasileiros; e as medidas que alteram as cobranças de tributos federais sobre os combustíveis.

As mudanças promovidas no controle administrativo do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que passou a ser vinculado ao Ministério da Fazenda, e a retomada do voto de qualidade no âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) também são temas contemplados pela prorrogação.

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