‘Cruzeiro oficializou o calote’, diz Raul Plasmann em cobrança pública ao clube mineiro
O ex-jogador tem valores a receber a Raposa e reclamou da SAF comandada por Ronaldo
O ex-goleiro e ídolo do Cruzeiro, Raul Plasmann, “soltou o verbo” contra o ex-clube, para qual trabalhou como atleta e no departamento de futebol, sobre o débito que a Raposa tem com ele, que hoje está na casa dos R$ 334 mil . Raul falou em suas redes sociais após o time azul se posicionar sobre o débito com o Pyramids-EGI da compra do meia Rodriguinho.
– Criaram a SAF. Para mim, oficializou o calote e enterrou os credores. Está recuperando a empresa, o clube para depois pagar. É? Mas primeiro pagou a FIFA, a CBF, deve ter pago a comissão, os advogados, ou ainda está pagando. Só quem não recebeu foi o número de 500 e tantos credores, ex-jogadores, até empresários, funcionários do clube, do mais humilde ao maior. Não interessa. Tá devendo? Paga. O que essa SAF está fazendo é enterrar a quem tem o direito de receber – postou Raul no seu Instagram.
O Cruzeiro está em recuperação judicial do Cruzeiro, que impediu a realização da assembleia de credores no fim do ano passado. Raul disse também que os credores não estão tendo voz.
– Quando o calote bater na porta de alguém, é que ele vai entender o que é. O que estou sentindo e que vários estão sentindo. Não é só no clube do Ronaldo, não. O que me espanta é que falo todos os dias a respeito e não repercute absolutamente nada- comentou o ex-jogador, falando em seguida que credores mais idosos não estão tendo preferência para receber o que é de direito.
– É só tirar o dinheiro do bolso e começar a pagar, em relação à idade da pessoa, porque senão não vai dar tempo. Isso que é muito importante (…) foi tirado o nosso direito trabalhista. Você não pode penhorar renda, protestar o clube. Você tem que ficar calado, senão corre risco até de processo.
Raul Plassmann afirmou que não é contra a recuperação judicial do Cruzeiro e falou da sua história no clube, com títulos e contribuição na construção do patrimônio que, futuramente, parte dele, ficará nas mãos de Ronaldo Fenômeno – como as Tocas da Raposa em troca do pagamento da dívida tributária.
– Não tenho nada contra a recuperação do clube, porque é uma história espetacular, porque nós fizemos. Não estou contando coisa para me colocar lá em cima. Eu, Zé Carlos, Dirceu Lopes, Natal, carregamos carrinho de mão para construir a Toca da Raposa, porque o presidente Felício Brandi não tinha mais dinheiro para terminar a construção. É uma coisa pública- concluiu o ex-goleiro, que brilhou nos anos 1960 e 1970, ganhando a primeira Libertadores do time celeste.