Vacina bivalente amplia proteção para pessoas de grupos de risco, diz médico
Imunizante mais completo começa a ser aplicado nesta segunda-feira (27) em 17 capitais brasileiras em pessoas com mais de 70 anos, imunocomprometidos e comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas
As novas vacinas bivalentes contra a Covid-19, que começam a ser aplicadas em 17 capitais brasileiras nesta segunda-feira (27), ampliam a proteção contra um número maior de variantes do vírus e tem a função de reforçar a imunidade de quem já está vacinado, em especial pessoas dos grupos de risco.
É o que explica o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri. “Essa é a vacina hoje que o mundo tem recomendado de maneira mais universal, como reforço. Ela não é para quem nunca tomou, é para quem tomou pelo menos duas doses”, disse Kfouri em entrevista à CNN neste domingo (26).
As primeiras gerações de vacinas contra o coronavírus, as monovalentes, foram feitas com base na cepa original do vírus surgida em Wuhan, na China, marco zero da pandemia.
Já as bivalentes, explica Kfouri, mantêm a estrutura da cepa original e inclui também a ômicron, uma das diversas variantes que surgiram depois e a dominante na circulação da doença no mundo atualmente – por isso é um imunizante bivalente. “Isso faz com que amplie a proteção inclusive para futuras variantes que possam surgir”, de acordo com o médico.
Kfouri explica que o papel da nova vacina bivalente é essencialmente de reforço, e que seu advento, agora, não dispensa as pessoas do esquema vacinal anterior.
“A ômicron mostrou que os grupos que não são de risco, sem nenhuma doença crônica, continuam muito bem protegidos com três doses da vacina anterior, a monovalente”, diz ele.
“Todos, na verdade, têm que ter pelo menor três doses da vacina monovalente. Essa é a garantia de prevenção de formas mais graves da Covid-19. Por enquanto, então, a recomendação da bivalente é só para os grupos prioritários.”
Nas cidades onde já estão disponíveis, as vacinas bivalentes começam a ser aplicadas nesta semana em pessoas acima de 70 anos, imunocomprometidos e comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas, de acordo com o Ministério da Saúde.