Assaí (ASAI3) fala em impacto momentâneo de conversões de lojas e espera 2023 mais positivo

Companhia vê que alavancagem, por exemplo, deve cair com abertura de novas lojas e com maturação

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O Assaí (ASAI3) realizou na manhã desta quinta-feira (16) sua teleconferência de resultados, após, na véspera, ter divulgado seu balanço do quarto trimestre. Como destaque da reunião entre analistas e executivos, ficaram os comentários sobre as conversões das lojas Extras que a companhia vem realizando – e que vem impactando seus números, mesmo que de forma momentânea.

Em 2022, a rede de atacarejo abriu 60 novas lojas no ano, sendo 47 conversões dos estabelecimentos adquiridos do ExtraHiper e 13 lojas orgânicas. No último trimestre, foram 37 aberturas, das quais 33 foram conversões e quatro lojas orgânicas.

Em 2023, o trabalho continua. O Assaí pretende, até o final do ano, abrir mais 40 lojas, sendo 33 de conversões e sete de expansão orgânica.

As unidades herdadas são vistas como impulsionadoras dos resultados.

“Esperamos melhores margens em lojas abertas, mas temos alguns cuidados no movimento”, disse Belmiro Gomes, diretor executivo (CEO) do Assaí. “É esperado que as margens melhorem, por conta da localização das lojas Extras que estão se transformando em lojas atacarejo, historicamente em regiões mais ricas. Mas há, também, a questão de que temos outras unidades em várias dessas regiões e não podemos reduzir muito as margens para buscar maiores vendas, pois podemos impactar outras unidades”.

A ideia da companhia é buscar o aumento das vendas e das margens sem, no entanto, ter um comportamento predatório com outros estabelecimentos da própria empresa.

 

De forma geral, analistas também, antes mesmo da teleconferência, demonstraram otimismo com as conversões. O Bradesco BBI, por exemplo, mencionou em relatório maturação rápida de novas lojas convertidas e destacou que a margem bruta estável em relação ao ano anterior mostrou uma boa postura do Assaí na recuperação de mercado. O Morgan Stanley ressaltou que o crescimento de receita e do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) e manteve uma visão construtiva sobre o crescimento da companhia.

O Credit Suisse, por sua vez, atentou que as vendas foram ligeiramente abaixo do esperado no quarto trimestre. Isso, porém, pode ser explicado de acordo com o banco por atrasos de última hora nas conversões de lojas e possíveis sinais iniciais de desaceleração do consumo, devido ao cenário macroeconômico.

Na teleconferência, os executivos falaram que o andamento das conversões está conforme o planejado – apesar de assumirem alguns custos extras com a inflação de construção e investimentos (Capex), bem como uma maior alavancagem. Problemas que teriam prazo para acabar.

“2022 é um ano em que vamos buscar crescimento e nós temos a convicção de que conseguiremos melhorar nossos índices dentro do que prometemos ao mercado”, disse o CEO do Assaí.

O executivo mencionou, por exemplo que múltiplo de alavancagem deve chegar a 2 até o final do ano, ante 2,2 hoje, e a 1,4 em 2024. Medido pela relação entre dívida líquida (crescente por conta dos gastos com a transformação do Extra) e o Ebitda deve melhorar conforme mais lojas forem abertas e com a maturação.

“Para o próximo ano, vemos um benefício com as despesas, ao ultrapassar o período de pico dos custos de pré-abertura”, corrobora o Morgan Stanley.

Daniela Sabbag Papa, diretora financeira da rede (CFO), fala que a dívida líquida nos primeiros trimestres de 2023 tende a aumentar, dado à sazonalidade e ao Capex das conversões – o que não preocupa, uma vez que a companhia espera que a geração de caixa se manterá sólida.

O capital de giro do Assaí, por exemplo, melhorou apesar dos gastos. A companhia, de acordo com a diretoria vem conseguindo negociar prazos e preços melhores com fornecedores, por conta do maior número de unidades e do momento de conversão.

Por fim, os executivos mencionaram também que o Assaí caminha para se tornar uma corporation, com capital pulverizado e menor influência do GPA (PCAR3). O controlador vem sinalizando que pretende ter menos poder sobre a empresa, com possíveis vendas de participação.

O Bradesco BBI tem recomendação outperform (acima da média de mercado, equivalente à compra) para as ordinárias do rede, com preço-alvo em R$ 25 (potencial de alta de 30,8% frente ao preço de abertura de hoje). O Credit Suisse vai na mesma linha, com alvo também em R$ 25, idêntico àquilo que sugere o Morgan Stanley.

Às 17h, as ações ordinárias do Assaí recuam 1,20%, negociadas a R$ 18,99.

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