Bruna Surfistinha revela: “Minha mãe biológica foi estuprada e engravidou de mim”
A ex-garota de programa Raquel Pacheco, que ficou conhecida como Bruna Surfistinha, foi adotada quando nasceu e descobriu depois o que tinha acontecido com a mãe biológica. Rejeitada pela família adotiva quando decidiu se prostituir, Raquel sonha em conhecer suas origens
Raquel Pacheco, a Bruna Surfistinha, revelou detalhes que poucos sabiam de sua vida pessoal: que ela é fruto de um estupro sofrido pela mãe, que ela nunca conheceu. A ex-garota de programa, hoje com 35 anos, contou que a mãe a deixou para a adoção assim que ela nasceu.
“Minha mãe tentou aborto, não conseguiu e quase morreu. Depois seguiu adiante com a gestação e eu nasci. Mas ela já estava consciente que no hospital iria me deixar para adoção. E foi o que aconteceu. Minha família biológica a conhecia. Meus pais adotivos nunca falaram que minha mãe sofreu abuso, só que ela foi muito maltratada pelo meu pai. Mas eu descobri, fui juntando as peças, sou da Umbanda, falei com entidades, procurei ajuda. Minha mãe nunca teve estrutura emocional para conseguir cuidar de mim”, revelou ela em entrevista à Marie Claire.
Se antes Raquel não tinha interesse em conhecer a família biológica, hoje ela diz que sente vontade de descobrir suas origens, porém não sabe o paradeiro da família nem se a mãe está viva. “Nunca fui atrás dela, mas tenho muita vontade de saber da onde eu vim. Meus pais (adotivos) sempre deixaram claro que eu poderia conhecer minha mãe, mas eu nunca quis, passei uma vida julgando a minha mãe por ter me abandonado até eu descobrir que ela foi estuprada. Não sei como ela está, se está viva, se tenho irmãos”, lamenta.
Já a relação de Raquel Pacheco com a família adotiva sempre foi conturbada, como ela relatou em diversas entrevistas e no filme biográfico “Bruna Surfistinha”, lançado em 2011 e que teve Deborah Secco como protagonista. Após se tornar prostituta, os pais cortaram qualquer laço afetivo com Raquel e, mesmo tendo abandonado a profissão há 14 anos, eles nunca mais mantiveram contato.
“Meu pai faleceu em 2012. E minha mãe não me considera mais como a filha, já é uma questão bem resolvida para ela. Tenho três irmãs por parte dos meus pais adotivos que também nunca mais falei. Não tenho contato com mais ninguém deles. Quando participei de ‘A Fazenda (4)’, meu objetivo era reconquistar minha família, de mostrar quem eu realmente era, o que me tornei. Mas no fim nada adiantou”.
Bruna Surfistinha deixou de se prostituir em 2005, mas afirma que até hoje recebe propostas para fazer programas.
“Minha empresária recebe muitos pedidos de homens que dizem que são muitos fãs da Bruna e querem saber quanto eu cobro o programa. Se fossem mesmo meus fãs, saberiam que eu não faço mais. Acho bizarro. Muita gente ainda me vê como prostituta e tentam me ofender me chamando de puta. Já me incomodei muito com isso, de chorar com o celular na mão lendo mensagem, mas hoje nem ligo mais”, contou Raquel à publicação na inauguração de uma suíte no motel Swing, em São Paulo.
Raquel está solteira há seis meses, após quatro anos namorando. Ela diz que ainda está na fase do “luto” pelo fim do relacionamento. “Fiquei dez anos casada, me separei em 2015 e meses depois eu comecei a namorar. Em maior nós terminamos. Ainda estou no processo de superação”, conta ela.
Filme Bruna Surfistinha 2
Se depender de Raquel Pacheco, a continuação de “Bruna Surfistinha” vai acontecer. Ela adianta que existe um projeto em andamento para uma sequência do longa que levou mais de 2 milhões de espectadores ao cinema.
O novo filme, porém, não deve contar com a participação de Deborah Secco, que já avisou que não tem interesse em participar da sequência. “A Deborah disse que já passou por esse desafio, que Bruna Surfistinha é um personagem que ela tem muito orgulho de ter feito, mas que, agora, está em busca de novos personagens. O filme foi lançado em 2011 mas ainda é muito lembrado até hoje”, comemora.
O filme termina com Bruna impondo meta de fazer mais 800 programas para depois parar de se prostituir. E foi o que aconteceu. Raquel encerrou a carreira de prostituta, lançou livro – “O Doce Veneno do Escorpião” (2005) e faturou alto com o longa. “A continuação seria para contar como foram esses 800 programas e o que aconteceu com a minha vida depois. As pessoas têm curiosidade”.