Hiperovulação: entenda a condição que faz vários óvulos serem liberados no mesmo ciclo
Saiba como diagnosticar e quais os perigos para a saúde da mulher
Você já ouviu falar em hiperovulação? A condição genética é uma síndrome extremamente rara, na qual vários óvulos amadurecem e são liberados do ovário em um mesmo ciclo menstrual. Numa ovulação normal, apenas um óvulo é liberado por vez. Um dos casos mais famosos de hiperovulação é o da ugandesa Mariam Nabatanzi, que aos 36 anos tem 44 filhos– entre elas, gêmeos, quádruplos, trigêmeos.
Segundo a Dra. Maria Cecília Erthal, diretora médica do Vida Centro de Fertilidade e especialista em Reprodução Humana, por ser tão singular, há poucas estatísticas acerca da hiperovulação. “Como quase não temos relato científico sobre essa condição, não há como analisar a proporção que acontece. Mas, toda paciente com histórico de mais de uma gravidez gemelar pode ser observada mais de perto, pois há uma tendência de que ela possua essa síndrome”, explica.
Como diagnosticar?
O método de identificação e diagnóstico de uma mulher com hiperovulação é relativamente simples, segundo a médica. “Monitora-se o ciclo menstrual, que é igual ao de uma mulher que tem ovulação única, através de dosagens hormonais e exames de ultrassonografia seriada”, explica. Se for identificado o crescimento de vários folículos de forma simultânea, chega-se ao laudo de hiperovulação.
Perigos da hiperovulação
Embora não apresente benefícios à saúde da mulher, os malefícios, por assim dizer, também não são graves quando a condição é acompanhada de perto por um especialista. “O maior risco é que a mulher pode esgotar a produção de folículos, e com isso entrar em uma menopausa precoce“, diz a especialista.
Cuidados
Além dessa chegada inesperada da menopausa, mulheres que sofrem com essa condição genética rara devem redobrar os cuidados anticonceptivos, uma vez que “provavelmente elas ovulam todos (os óvulos) juntos no período esperado para a ovulação”, aponta a especialista. Isso, é claro, aumenta as chances de engravidar e, consequentemente, de constituir uma gravidez gemelar ou mais do que isso, o que pode trazer riscos.
Tenho hiperovulação, e agora?
É muito importante que a mulher conheça bem o seu corpo e receba uma boa educação sexual desde cedo. E é fundamental reforçar que a hiperovulação não pode ser classificada como doença, portanto, não demanda um tratamento – ao menos, nada que não possa ser aplicado a uma mulher com ovulação regular – e sim uma constante observação médica.