Moedas globais: dólar sobe ante iene e libra, mas cai frente ao euro
O dólar operou em alta ante o iene e a libra nesta segunda-feira, mas recuou na comparação com euro, à medida que o mercado consolida expectativa por alta de 25 pontos-base nos juros do Federal Reserve (Fed) na semana que vem. A indicação de dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) de que o aperto monetário deve continuar também forneceu apoio à moeda comum.
Ao fim da tarde, o dólar subia a 130,62 ienes, o euro avançava a US$ 1,0867 e a libra recuava a US$ 1,2374. O índice DXY – que mede a divisa americana ante seis rivais fortes – avançou 0,12%, aos 102,138 pontos.
O índice foi impulsionado pela fraqueza do iene, pressionada pela insistência do Banco do Japão (BoJ) em manter a política monetária relaxada, mesmo com a escalada da inflação.
A libra, por sua vez, chegou a atingir máxima em sete meses frente ao dólar pela manhã, mas depois devolveu os ganhos e operou no vermelho. Segundo a financeira Ebury, a moeda britânica pode se fortalecer caso o Banco da Inglaterra (BoE) suba juros em 50 pontos-base na próxima reunião e o Fed opte por um aumento mais brando, de 25 pontos-base.
Contudo, para o CIBC, a boa performance do dólar ante rivais deve terminar, com o crescimento do apetite de risco e as expectativas para fim da política de aperto monetário do Federal Reserve (Fed). O CIBC avalia que o dólar deve se enfraquecer em 2023, considerando que o Fed supere as expectativas do mercado e de olho nas políticas monetárias de outras economias avançadas.
A Convera complementa que o sentimento do dólar demonstra tendência de declínio. “O arrefecimento da inflação e a moderação do crescimento sugerem que o Fed não está longe de apertar o botão de pausa em seu ciclo de alta de juros mais rápido em décadas”, observa.
Durante essa semana, dirigentes do Fed não podem se pronunciar publicamente sobre probabilidades de aumento na taxa de juros na reunião de 1º de fevereiro, por conta do chamado “período de silêncio”. Por volta das 16h (de Brasília), de acordo com o CME Group, a estimativa de alta em 25 pontos-base (pb) na próxima reunião monetária era de 99,1%.
Nesta sessão, o euro operou em volatilidade, oscilando entre perdas e ganhos. Para o Rabobank, a moeda ainda encontra suporte na posição hawkish do Banco Central Europeu (BCE). Hoje, a presidente do BCE, Christine Lagarde, e dirigentes do banco voltaram a apoiar o aumento de juros para controlar a inflação.
“As taxas de juros terão que subir significativamente e em ritmo constante para atingir níveis suficientemente restritivos, e permanecer nesses níveis pelo tempo que for necessário”, definiu Lagarde.
O mercado também reagiu diante da notícia de que os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e da Argentina, Alberto Fernández, estão estudando criar uma moeda comum para transações comerciais e financeiras entre países sul-americanos, substituindo o dólar. No horário citado acima, o dólar avançava a 183,4173 pesos argentinos.
Segundo o Eurasia Group, a chance da iniciativa prosperar é “baixa”. “Os dois países não abririam mão de suas próprias moedas para demais transações internas ou externas”, pontuou em análise ao Broadcast.