Zelensky diz que ataque russo à Polônia é ‘escalada significativa’
Presidente da Ucrânia pediu reação dos países da Otan, aliança militar da qual a Polônia faz parte. Explosão perto da fronteira causou duas mortes. Moscou nega responsabilidade e vê provocação.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse nesta terça-feira (15) que a queda de um míssil russo em território polonês é uma “escalada significativa” do conflito e uma ameaça à segurança dos países da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). A explosão perto da fronteira com a Ucrânia deixou dois mortos.
“Quanto mais a Rússia sentir impunidade, mais ameaças haverá para qualquer um ao alcance dos mísseis russos. Disparar mísseis contra o território da Otan! Este é um ataque de mísseis russos contra a segurança coletiva! Esta é uma escalada muito significativa. Devemos agir”, afirmou.
O Ministério da Defesa da Rússia negou a acusação e disse que se trata de “uma provocação deliberada com o objetivo de agravar a situação”. Em comunicado, o governo russo afirmou que “nenhum ataque a alvos perto da fronteira entre Ucrânia e Polônia foi feito por meios de destruição russos”.
Míssil russo
Duas pessoas morreram nesta terça em uma explosão causada por um míssil russo em Przewodów, no leste da Polônia, próximo à fronteira com a Ucrânia. A informação foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores da Polônia, que convocou o embaixador russo para tratar do caso.
A Polônia é um país-membro da Otan, aliança militar formada em 1949 e que hoje conta com 30 países, incluindo potências como os EUA, Alemanha, Reino Unido e França.
O regulamento da Otan prevê que os países do bloco devem agir quando a segurança de um deles estiver em risco. Isso significa que um ataque a um membro da Otan é tratado como um ataque a todos os membros da aliança.
A Ucrânia não faz parte da Otan, mas a possibilidade de aderir à aliança foi um dos motivos que a Rússia alegou para invadir o país, no início do ano.
O presidente da Polônia, Andrzej Duda, afirmou que é muito provável que o país acione o Artigo 4 da Otan em uma reunião marcada para esta quarta-feira (16).
O Artigo 4 da Otan diz que “as partes consultar-se-ão sempre que, na opinião de qualquer delas, estiver ameaçada a integridade territorial, a independência política ou a segurança de uma das partes”.