Com Bolsa em alta, ETFs de renda variável captam R$ 2,3 bi em pleno mês eleitoral, melhor resultado em 1 ano
Fundos de previdência também se destacaram em outubro, ao captar R$ 2,16 bilhões; fundos de ações setoriais terminaram mês com melhor retorno
A alta mais expressiva da Bolsa brasileira em outubro também ajudou a impulsionar a busca por fundos de índice (ETFs) de renda variável, que encerraram o período com uma captação líquida (depósitos menos resgates) de R$ 2,33 bilhões em mês marcado pelo acirramento da disputa eleitoral. O resultado foi o melhor registrado por essa classe nos últimos 12 meses.
É isso o que mostra levantamento feito pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Nos últimos 12 meses, a média de captação ficou negativa em cerca de R$ 412,47 milhões.
O mês também foi positivo para os ETFs como um todo (somando os de renda variável com os de renda fixa), que terminaram o período com depósitos líquidos de R$ 2,32 bilhões. No ano, as entradas líquidas na classe chegam a R$ 248,10 milhões.
Fundos de previdência também se destacaram em outubro, ao captar R$ 2,16 bilhões. Esse foi o sexto mês consecutivo de captações no campo positivo. Já no acumulado do ano, as entradas líquidas somam R$ 12,62 bilhões.
Quem também terminou o mês passado no azul foram os fundos que investem em direitos creditórios (FIDCs) e fundos de participações (FIPs), com captação líquida de R$ 876,80 milhões e de R$ 1,00 bilhão, respectivamente. Ao longo de 2022, os depósitos líquidos em cada classe chegam a R$ 8,17 bilhões e 13,74 bilhões, nessa ordem.
Destaque também para as captações de fundos multimercados do tipo macro, que são capazes de alocar em Bolsa, juros e câmbio. Conforme antecipou o InfoMoney na semana passada, a classe encerrou o mês com captação positiva de R$ 3,88 bilhões, melhor resultado em 15 meses.
Foi uma mudança de direção: nos últimos 15 meses, os multimercados do tipo macro só registraram mais depósitos do que resgates em agosto, quando a captação líquida alcançou R$ 23,18 milhões. Nos demais meses, os saques líquidos nessa categoria de fundos foram de R$ 2,3 bilhões, em média.
Para especialistas ouvidos pelo InfoMoney, a melhora nas captações está ligada ao desempenho dos produtos. No ano, a classe apresenta ganhos de 16,84%, em média, ficando atrás apenas dos fundos multimercado do tipo long and short neutro, com alta de 22,76%, em média, durante o mesmo período.
Na avaliação dos profissionais, a performance positiva é fruto da flexibilidade e da capacidade de realizar alterações rápidas nos fundos do tipo macro.
Captações no vermelho
O resultado nesses tipos de fundo, no entanto, foi bem diferente do resto da classe: multimercados como um todo terminaram outubro com resgates líquidos da ordem de R$ 965,70 milhões. Ao longo de 2022, as captações também estão negativas em R$ 76,42 bilhões.
O número de outubro é ruim, mas mostra uma situação melhor do que a registrada no mês anterior, quando a classe viu uma saída líquida de R$ 8,02 bilhões.
Embora ETFs de renda variável tenham sido destaque em termos de captação, o mês seguiu complicado para fundos de ação, que encerraram o período com perdas líquidas de R$ 4,50 bilhões. No ano, as saídas líquidas já alcançam R$ 62,38 bilhões.
O mês de outubro também foi de mais saídas do que entradas para fundos de renda fixa, que encerraram o período com perdas líquidas de R$ 5,25 bilhões. Já no acumulado do ano, o resultado é positivo com captações de R$ 90,14 bilhões.
Fundos cambiais, por sua vez, também encerraram o mês passado com resgates líquidos de R$ 71,1 milhões. No ano, as captações também estão negativas em R$ 256,40 milhões.
Rentabilidade
Em um mês em que o dólar recuou 4,2% em relação ao real, fundos cambiais registraram o pior desempenho no mês, com perdas de 3,39%. No ano, o retorno também está negativo em 6,65%.
Já o destaque mensal positivo ficou por conta dos fundos de ação setoriais, com ganhos de 7,32%, em média. No ano, porém, tais fundos registram perdas de 20,70%, em média.