Espero que Lula aplique o que deu certo com ele, e não o que deu errado com Dilma, diz Meirelles
Ex-ministro da Fazenda, que já declarou apoio ao petista na corrida presidencial, afirmou em entrevista à CNN que Lula irá fazer um governo pragmático
O ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles reforçou, em entrevista à CNN, seu apoio ao candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva, e afirmou ter confiança de que o petista fará um governo pragmático e responsável do ponto de vista econômico.
“Eu participei do governo Lula por oito anos (…). O que eu vi durante esse período com ele foi um governo que manteve a responsabilidade fiscal, que também manteve a independência do Banco Central, pudemos cumprir as metas de inflação, e tudo isso junto gerou crescimento e geração de emprego”, disse Meirelles.
“Eu não tenho dúvidas de que ele tem plena consciência de que deverá aplicar uma política que deu certo com ele próprio, versus políticas que deram errado em outro governo.”
Meirelles, que presidiu o BC durante os dois mandatos de Lula (2002-2010), comparou os anos da gestão do ex-metalúrgico ao de sua sucessora Dilma Rousseff (2011-2016), a quem é mais crítico.
“O governo Dilma deu errado”, disse. “Eu sei que existem pessoas que justificam aquilo que foi feito no governo dela, dizendo que foi sabotagem de empresários, mas sabemos que empresário não tem prejuízo de propósito.”
Críticas de Guedes
Meirelles também comentou, durante a entrevista, críticas feitas a ele mais cedo nesta quarta-feira (26) pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
Em evento com empresários em Minas Gerais, Guedes disse que o teto de gastos “foi muito mal construído” e disse que Meirelles – um dos responsáveis pela elaboração da regra fiscal – “nem economista é”.
A lei do teto de gastos, que limita o crescimento dos gastos do governo, foi criada em 2016, durante o governo de Michel Temer, quando Meirelles estava à frente do Ministério da Fazenda.
“Paulo Guedes não entendeu o teto de gastos; isso mostra a sua incapacidade de entender coisas básicas”, disse Meirelles.
*Publicado por Juliana Elias