BNDES mira primeiras aquisições de fiagros para o ano que vem
Isso será uma maneira de entender melhor o ativo e também mostrar para o mercado o valor desse tipo de investimento, que está em ascensão, segundo executivo.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) planeja começar a apostar nas primeiras aquisições de Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro) em 2023, disse um executivo do setor nesta terça-feira (25).
De acordo com o chefe de departamento do Complexo Agroalimentar e Biocombustíveis do banco, Mauro Mattoso, o fato dos fiagros não terem prazos muito longos tornava os negócios menos atrativos até então.
“A gente tem bastante interesse, a partir do ano que vem, de tentar olhar e fazer algumas aquisições de fiagro”, disse ele durante evento promovido pela consultoria Datagro.
“Tentar ver um perfil de fiagro que a gente gostaria e não tem encontrado muito (com mais prazo), mas que de repente possa haver algum tipo de fomento”, acrescentou.
Mattoso ainda disse que as aquisições serão uma maneira de entender melhor o ativo e também mostrar para o mercado o valor desse tipo de investimento, que está em ascensão.
O BNDES esclareceu à Reuters em nota que, de fato, estuda o assunto e que ainda não foram realizados investimentos em fiagros.
O movimento que está por vir se assemelha ao que o BNDES já realizou ao investir em debêntures, por exemplo, de acordo com Mattoso.
“O banco sempre tem essa visão mais de longo prazo… buscamos fazer contato com os produtores e trazer esse mercado de capitais para dentro do setor agrícola… esperamos que em 2023 isso possa se desenvolver bem”, comentou.
Os fiagros são uma junção dos recursos de vários investidores para a aplicação em ativos de investimentos do agronegócio, sejam eles de natureza imobiliária rural ou de atividades relacionadas à produção. Cabe ao administrador do fundo realizar a captação de recursos com os investidores por meio da venda de cotas.
Na outra ponta, a maior demanda por crédito agrícola em 2022/23 tem levado produtores e companhias do setor no Brasil a irem além de fontes tradicionais, como bancos públicos e privados, para avançar cada vez mais em financiamento via emissões no mercado de capitais, como os fiagros.
Os dados mais recentes da B3 mostram que o mercado de fiagros movimentou o volume total de R$ 369,9 milhões em setembro, com 29,2 milhões de negócios. No mês anterior, a movimentação ficou em R$ 285,8 milhões, com 17,7 milhões de negócios.