Teste de integridade das urnas teve 100% de aprovação, diz Moraes
BRASÍLIA (Reuters) – O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, disse nesta quinta-feira que o teste de integridade das urnas eletrônicas com uso de biometria realizado no dia da eleição por sugestão das Forças Armadas teve 100% de aprovação, assim como os testes tradicionais realizados no primeiro turno das eleições.
“Participaram 493 voluntários. Da mesma forma, não houve nenhuma divergência. Cem por cento de aprovação do teste de integridade com biometria”, disse ele, em sessão do TSE, destacando que são 20 anos de lisura das urnas eletrônicas.
Na eleição deste ano, de forma inédita, 58 urnas eletrônicas com biometria foram submetidas a um teste de integridade sugerido pelo Ministério da Defesa.
Moraes afirmou que as outras urnas eletrônicas envolvidas no teste, do universo total de 641, passaram pelo teste de integridade tradicional, e também não houve qualquer irregularidade.
“Foi realizado como em todas as eleições. Todos se recordam que, em vez das 100 urnas tradicionais, realizamos em 641. E como só poderia acontecer, todas as urnas conferiram os votos dados com os votos dados em papel”, disse.
O teste de integridade consiste em retirar uma urna do local da seção eleitoral e, no dia da votação, faz-se uma votação aberta, em cédulas, com a posterior digitação do número dos candidatos em um ambiente fechado na urna eletrônica. Depois se verifica se há correspondência entre o que se digitou no teclado da urna eletrônica com a votação em cédula.
Pela proposta das Forças Armadas realizada este ano em forma de um projeto-piloto em 58 urnas, eleitor seria convidado depois de votar a fazer o teste de integridade em outra urna eletrônica, em uma sala ao lado. Ele usaria a sua biometria para liberar a urna em teste e seria dispensado. O restante da execução do teste seria feito por servidores da Justiça Eleitoral, como sempre foi feito.
Mesmo sem provas, o presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL) fez ataques e questionou a confiança das urnas eletrônicas em diversas ocasiões antes das eleições. Ele chegou a questionar o sistema eleitoral e queria um aval dos militares para aceitar o resultado das urnas.
Entretanto, sem ter feito qualquer grande questionamento sobre o resultado do domingo passado, Bolsonaro deixou de criticar às urnas depois de avançar para o segundo turno. Ele tem centrado seus ataques agora nas pesquisas eleitorais, após institutos terem mostrado às vésperas da eleição uma diferença bem maior na vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Bolsonaro do que a mostrada no resultado final.
(Reportagem de Ricardo Brito)