“Ruptura está por um fio”, diz texto enviado por Bolsonaro

Presidente destaca trecho em mensagem no WhatsApp: “Forças Armadas terão que agir. E, ao que parece, não vai demorar”

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O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) compartilhou na tarde desta 5ª feira (29.set.2022) um texto que cita possível ruptura institucional em resposta a “ilegalidades” do STF contra o Poder Executivo.

“Isto está por um fio. Não importando a causa, quando o presidente não cumprir uma das ordens ilegais, aí as Forças Armadas terão que agir. E isso, ao que parece, não vai demorar [sic]”, diz o artigo escrito em um blog assinado por Zé Aparecido.

O texto compartilhado por Bolsonaro tem 13 parágrafos e analisa entrevista do desembargador e ex-vice presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Distrito Federal, Sebastião Coelho, à Jovem Pan. No programa, Coelho faz críticas à condução de ministros do Supremo Tribunal Federal.

O blogueiro, então, deu sua opinião sobre as falas do desembargador no artigo, que foi repassado aos contatos do presidente pela lista de transmissão do aplicativo de mensagens WhatsApp. O Poder360 teve acesso à íntegra do trecho destacado pelo chefe do Executivo. Leia:

Ataques a Moraes

Na última 4ª feira, em transmissão feita pelo YouTube, Bolsonaro disse que determinaria às Forças Armadas a garantia do voto dos eleitores vestidos de verde e amarelo. A Corte, porém, recebeu proposta para proibir o adereço a mesários, mas não levou à frente.

O chefe do Executivo citou uma publicação que atribuía ao Tribunal Superior Eleitoral suposta proibição de eleitores que forem votar com a camisa da seleção. Bolsonaro, então, se irritou: “Não vai ter eleição em seção que proibir verde e amarelo”, disse.

Bolsonaro teve como alvo o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes. “Como é que é, Alexandre de Moraes? Proibir usar camisa da seleção? É interferência demais. Tá com medo do quê? Do mar de verde e amarelo? Preocupado com o mar de verde amarelo votar e aparecer nome do Lula ganhando? É isso, TSE? É isso?”, disse.

O candidato à reeleição subiu o tom contra o presidente do TSE também ao criticar Moraes por abrir apuração sobre o vazamento de investigação sigilosa no gabinete presidencial. “Alexandre, quem vazou foi você. Seja homem, Alexandre, seja homem. Tudo você bota culpa na PF”, disse.

Críticas às urnas

Bolsonaro também voltou a dizer que desconfia da auditoria das urnas eletrônicas. Disse que gravou sua reunião com o ex-chanceler do Paraguai Rubén Ramírez Lezcano, chefe da missão da OEA (Organização dos Estados Americanos) na observação do processo eleitoral, e solicitou ao encarregado um relatório para dizer que os aparelhos não são auditáveis.

“Um caso hipotético: alguém fala que houve fraude. O que vocês vão fazer para dizer que não houve fraude ou que houve fraude?”, disse. E continuou:

“Faça um relatório preliminar, assinado pelos seus técnicos, porque, na possibilidade de alguém questionar a legitimidade [da eleição], você vai escrever antecipadamente que as urnas são inauditáveis’. Pedi isso para ele, em nome da democracia, da transparência, do povo paraguaio.”

Horas antes, o TSE disse em nota que os questionamentos à segurança das urnas feitos pelo partido do presidente Jair Bolsonaro são mentirosos e buscam “tumultuar o processo eleitoral” e atentar contra o Estado Democrático de Direito. Moraes também determinou que o caso fosse investigado no inquérito das fake news, que corre no Supremo.

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