Delegado morto em ação contra madeireiros é enterrado em Brasília
Houve um cortejo com honras militares durante a despedida, neste domingo (28); a família do agente da PF preferiu não se manifestar
O delegado da Polícia Federal Roberto Moreira da Silva Filho, 35 anos, morto com um tiro na cabeça durante uma operação contra madeireiros ilegais no Mato Grosso, foi enterrado em Brasília, na tarde deste domingo (28).
Durante a cerimônia de despedida, no cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, houve um cortejo com honras militares. A família do agente, abalada, preferiu não se manifestar.
O superintendente da Polícia Federal no Mato Grosso, Sergio Sadao Mori, compareceu ao velório. “Estão todos bastante arrasados. Um colega que vai fazer muito falta. Ele era, realmente, um colega muito companheiro, agregador. Ele estava na Polícia Federal há apenas dois anos, mas nesse meio tempo conquistou a confiança da administração, veio a ser nomeado chefe da Delegacia Especializada de Crimes Ambientais e vinha desenvolvendo muito bem esse trabalho”, ressaltou Mori.
“Fez várias operações contra garimpos e contra a exploração de madeira, em especial, sempre com grandes resultados. E conseguia congregar pessoas de outros órgãos, conseguia o apoio de outras instituições, para acompanhá-lo nessas diligências. Então, podemos dizer que perdemos um grande colega, tanto do ponto de vista pessoal quanto profissional”, acrescentou o superintendente.
Roberto Moreira da Silva Filho tinha 35 anos e era natural do Distrito Federal. Ele estava em Mato Grosso atuando como chefe da Delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, da Superintendência da Polícia Federal no estado, desde setembro de 2021.
Roberto Moreira da Silva Filho foi morto durante uma operação contra a exploração ilegal de madeira na Terra Indígena Aripuanã, a 947km de Cuiabá, na madrugada da última sexta-feira (26).
Na ocasião, o delegado estava com uma equipe de policiais federais fazendo a abordagem de caminhões de madeireiros que fazem extração ilegal na cidade de Aripuanã. Um dos motoristas teria se recusado a parar e jogado o veículo contra o grupo de investigadores.
Para evitar serem atropelados, os policiais dispararam. Um dos tiros teria ricocheteado e atingido Moreira. Ele usava equipamentos de segurança, como colete balístico, mas o disparo atingiu a cabeça do policial, que não resistiu aos ferimentos.
“[O caso] vai ser apurado pela perícia. O que nós sabemos é que o caminhoneiro foi preso. Ele não portava arma de fogo, ele usou o próprio veículo como arma, ao jogar o veículo sobre a equipe de fiscalização, que tentou parar o caminhão para fazer a fiscalização. Por isso, ele foi autuado por tentativa de homicídio. A partir daí, nós dependemos do resultado dos exames periciais para entender como se deu a dinâmica”, informou o superintendente da PF no Mato Grosso.
*Colaborou a repórter Daniela Brito, da Record TV Brasília