TECNOLOGIA Airbus A321XLR e Boeing 737 MAX 10: conheça os aviões de última geração que serão lançados em breve

Todos os grandes fabricantes de aviões de passageiros do Ocidente têm produtos inéditos na rampa de estreia

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Os próximos cinco anos serão um dos momentos mais excitantes da história da aviação comercial, com uma série de importantes lançamentos de aeronaves de última geração e os primeiros vislumbres da transição energética no setor aéreo.

Todos os grandes fabricantes de aviões de passageiros do Ocidente têm produtos inéditos na rampa de estreia. Há também novos nomes da indústria que se preparam para colher seus primeiros frutos e marcas ainda pouco conhecidas que buscam espaço no mercado com produtos que podem embaralhar a concorrência na aviação comercial.

Conheça a seguir as novas aeronaves nas quais vamos embarcar nos próximos anos.

(Foto: Divulgação )

Com o fim da linha do Airbus A380 em 2021 e a descontinuação do Boeing 747 “Jumbo” programada para este ano, a maior aeronave comercial do mundo produzida em série nos próximos anos será o Boeing 777-9. Atualmente, a fabricante dos EUA possui quatro protótipos do avião em fase de testes e certificação.

A aeronave widebody com 76,7 metros de comprimento e capacidade para embarcar 426 passageiros em voos de longo alcance (de até 13.500 km) será o primeiro representante da nova família 777-X da Boeing, que trabalha no projeto desde 2013. A série ainda contempla o modelo 777-8 (para até 384 passageiros), a versão executiva BBJ 777-8 e o cargueiro 777-8 Freighter.

O primeiro protótipo do 777-9 voou pela primeira vez em janeiro de 2020 e, logo de cara, estabeleceu um novo recorde na aviação: foi o maior avião bimotor que já decolou. Outra curiosidade sobre o novo 777 são as pontas das asas dobráveis, uma solução adotada para diminuir a envergadura do avião (vai de 71,7 m para 64,8 m) e facilitar as operações nos aeroportos.

Airbus A321XLR  Estreia: 2024

(Foto: Divulgação )

Um dos aviões mais aguardados no setor aéreo, o Airbus A321XLR já pode ser considerado um sucesso mesmo antes de sua estreia: o avião soma 500 pedidos de 20 companhias. O jato de alcance extra longo (daí o XLR, de Extra Long Range) e capacidade para 244 passageiros é uma versão otimizada do A321neo. A principal diferença são os tanques de combustível adicionais que permitirão ao novo jato realizar voos transoceânicos de até 8.700 km – ante 6.500 km do A321neo.

Com autonomia de voo comparável a de grandes jatos, mas com um custo operacional muito mais baixo, o A321XLR será um avião comercial interessante para viagens de médio e longo alcance. Para os passageiros, a introdução do novo jato pode ser uma oportunidade de encontrar bilhetes mais acessíveis, afinal, trata-se de um avião que gasta menos combustível e é menos oneroso para as companhias aéreas comparado a aeronaves de categorias superiores.

Boeing 737 MAX 7 e MAX 10   Estreia: 2023

(Foto: Divulgação )

Superados os problemas de segurança do 737 MAX que resultaram em dois acidentes fatais e o consequente aterramento da aeronave por quase dois anos, a Boeing retomou o desenvolvimento da nova geração do 737. Além da dupla MAX 8 e MAX 9, que estão em serviço, a série também inclui as opções MAX 7 e MAX 10, que ainda não foram homologados.

O MAX 10 é mais curioso por se tratar da maior versão do 737 nos 54 anos de história da aeronave. Com a fuselagem estendida para 43,3 metros (são 14 metros a mais que o 737-100, o primeiro 737 lançado em 1968), o jato poderá transportar 230 passageiros (112 ocupantes a mais que o 737-100). O modelo também é sugerido como um concorrente direto para o Airbus A321XLR, embora tenha performance inferior: o alcance máximo de voo do 737 MAX 10 será de 6.110 km.

O MAX 7, por sua vez, será o modelo de entrada da nova série da Boeing, com capacidade para embarcar 138 ocupantes. Ele levará menos passageiros, mas por distâncias nunca antes percorridas por um 737: a aeronave é projetada com autonomia de 7.130 km.

As estreias comerciais do MAX 7 e do MAX 10 são esperadas para 2023, mas esse prazo ainda é incerto. Após os acidentes com o 737 MAX 8, a FAA (agência reguladora de aviação civil dos EUA) passou a exigir mais equipamentos de segurança na aeronave, enquanto a Boeing pede que esses requisitos sejam aliviados.

A questão foi levada para discussão no Congresso em Washington, que deve decidir até o fim deste ano como os aviões serão certificados – de acordo com o antigo ou o novo regulamento.

Embraer E175-E2   Estreia: 2027

(Foto: Divulgação )

Avião mais vendido da Embraer, com mais de 700 unidades entregues, o jato regional E175 está fazendo “hora extra” no mercado de aviação. O modelo, até o momento, é o único que não avançou para a nova geração E2, que já conta com as opções E190-E2 e E195-E2. Não só isso, o E175-E2 é um tremendo substituto para seu antecessor, com consumo de combustível reduzido em quase 20 % e tem manutenção mais barata. Mas por que ele ainda não estreou nos aeroportos?

Projetado para ser lançado originalmente em 2020, o E175-E2 com capacidade entre 76 e 88 passageiros teve sua estreia adiada para 2023 por conta da pandemia de covid-19. Posteriormente, passada a pior parte da crise mundial de saúde, a Embraer decidiu congelar o projeto e postergou o lançamento da aeronave para meados de 2027. Mas a “culpa”, desta vez, foi dos EUA.

O mercado de aviação regional dos EUA é o maior consumidor dos jatos comerciais da Embraer. No entanto, por lá existem regras específicas nesse segmento que, por ora, impedem a entrada do novo avião brasileiro. A pedra no sapato no E175-E2 é a cláusula de escopo dos sindicatos de pilotos estadunidenses, que proíbe a operação de aviões com peso acima de 39.000 kg. O E175 antigo atende esse limite, ao passo que o modelo da nova geração o excede em quase 6.000 kg.

A cláusula é uma forma de preservar empregos nas grandes companhias, que poderiam com isso contratar funcionários nas coligadas regionais com salários mais baixos, daí a resistência do sindicato. Por isso, neste momento, não é interessante para a Embraer avançar com o projeto do E175-E2. Enquanto isso, o E175 da primeira geração continua sendo produzido e a direção da fabricante mantém esperanças de ver essa regra mudar em breve.

COMAC C919    Estreia: 2022

(Foto: Divulgação )

Te cuidem, Airbus e Boeing! Os chineses aprenderam a fabricar aviões comerciais e o primeiro jato de passageiros projetado inteiramente no país pode estrear no mercado local até o fim deste ano. Estamos falando do C919, produto da fabricante estatal Commercial Aircraft Corporation of China, mais conhecida pela sigla COMAC.

O C919 é proposto para competir na mesma categoria dos famosos Airbus A320 e Boeing 737, que são os aviões comerciais mais vendidos do mundo. Com porte semelhante aos dos concorrentes ocidentais, o jato da COMAC é preparado para transportar até 168 passageiros.

Sua performance, contudo, fica aquém dos rivais, como na parte do alcance de voo em cerca 4.100 km. Esse número de autonomia, no entanto, é o suficiente para cobrir praticamente toda a extensão territorial da China, que é o mercado para o qual a aeronave é projetada e que em breve será o maior do mundo.

Irkut MC-21-310  Estreia: 2025

(Foto: Divulgação gação)

A exemplo dos chineses que buscam quebrar o duopólio Airbus-Boeing com o COMAC C919, a Rússia é outro país que também quer se livrar das amarras do Ocidente no fornecimento de aviões comerciais. A aposta dos russos é o MC-21-310, jato do mesmo porte da dupla A320 e 737 projetado pela Irkut, uma das divisões do conglomerado estatal United Aircraft Corporation.

O desenvolvimento da aeronave, no entanto, tornou-se bastante complicado com a eclosão da guerra entre Rússia e Ucrânia e que culminou em severas sanções comerciais contra Moscou. Proíbida de adquirir componentes de fabricantes do Ocidente, que equipavam a primeira versão MC-21-300 (sobretudo os motores, fornecidos pela canadense Pratt & Whitney), a Irkut passou a se dedicar ao desenvolvimento da versão -310, que não depende de fornecedores ocidentais.

E o jato russo chega com boas credenciais. É uma aeronave altamente tecnológica (bem mais avançada que o Boeing 737 MAX, por exemplo), equipada com controles de voo computadorizados e componentes de fuselagem e asas construídos com material composto. O desempenho também é interessante: o MC-21-310 poderá embarcar até 211 passageiros e voar por cerca de 6.000 km.

Num primeiro momento, o MC-21 deve encontrar clientes somente na esfera de influência de Moscou. O mesmo é esperado para o chinês C919, que ainda deve demorar muitos anos para aparecer na frota de uma empresa aérea do Ocidente.

Heart Aerospace ES-19  Estreia: 2026

Heart Aerospace ES 19 (Foto: Divulgação gação)

Encerrando a lista, apresentamos o ES-19 da Heart Aerospace, startup sueca que está projetando aquela que deve ser a primeira aeronave comercial elétrica do mundo a entrar em serviço. Concebido para a aviação regional, o avião com quatro motores elétricos e 19 assentos será capaz de voar por cerca de 400 km e operar em pistas curtas com 750 metros de comprimento.

A Heart afirma que seu avião elétrico será 20 vezes mais econômico que um turboélice de porte semelhante e 100 vezes mais barato de operar que um jato. Além disso, a empresa sueca aposta no baixíssimo custo de manutenção comparado ao de aviões com motores a combustão – isso ocorre por que o motor elétrico tem poucas partes móveis, por isso é mais simples de ser mantido.

A despeito da origem escandinava, a estreia comercial do ES-19 deve ocorrer nos EUA. O primeiro cliente da aeronave será a companhia aérea norte-americana United Express, divisão de voos regionais da United Airlines, que encomendou 100 exemplares do avião elétrico.

O primeiro voo do ES-19 está programado para o final de 2024 e a certificação é esperada para 2026. É um prazo bastante otimista e que possivelmente pode sofrer alterações, dados os desafios de homologar um tipo de avião com tecnologias ainda em fase de maturação na aviação.

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Fonte epocanegocios
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