Juros nos EUA podem ter de subir além de 4%, afirma dirigente do Fed
Esther George, que defendeu a alta, é anfitriã de simpósio de Jackson Hole, evento que começou hoje, neste ano
A presidente da distrital de Kansas City do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Esther George, afirmou não saber qual será o juro terminal do atual ciclo de aperto monetário nos EUA, mas avaliou que a taxa básica pode ter de subir além de 4% para controlar a inflação nos EUA. Os comentários foram feitos durante entrevista à Bloomberg TV, realizada na quarta-feira (24) e publicada nesta quinta.
Em respeito ao mandato do Fed, “temos de subir os juros para desacelerar a demanda e trazer a inflação de volta à meta”, disse George, que tem direito a voto nas reuniões do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) este ano e que organiza a edição de 2022 do Simpósio de Jackson Hole, que começa hoje.
Para a banqueira central, apesar dos primeiros sinais de desaceleração da demanda terem surgido, a escalada da inflação nos EUA ainda está muito ampla e requer mais aperto do Fed à frente, uma vez que o juro básico sequer está e patamar restritivo na atual faixa, de 2,25% a 2,50%.
Segundo George, o desemprego nos EUA deve subir à medida que o mercado de trabalho americano equilibra a demanda e oferta, condição necessária para o controle dos preços.
Quanto à atividade, a dirigente disse não ouvir muitas preocupações de contatos ligados ao Fed de Kansas City quanto a uma desaceleração que leve à recessão. Segundo ela, o foco das preocupações segue no aperto do mercado de trabalho, nos custos elevados e problemas nas cadeias de suprimentos.