Defesa de Trump pede para terceirizar perícia de material de Mar-a-Lago
Equipe jurídica do ex-presidente dos EUA quer que Departamento de Justiça devolva qualquer documento privado que possa ter sido apreendido
A equipe jurídica do ex-presidente dos EUA Donald Trump pediu a um juiz federal que nomeasse um “mestre especial” para garantir que o Departamento de Justiça devolva qualquer um de seus documentos privados apreendidos durante a busca de Mar-a-Lago há duas semanas.
Trump está pedindo a um mestre especial — um advogado terceirizado — para supervisionar a revisão das evidências coletadas de seu clube de praia na investigação criminal, e para que o juiz pause o trabalho dos investigadores federais relacionados com as provas até que a revisão seja feita, de acordo com um novo processo judicial.
A nova ação judicial marca o primeiro processo legal da equipe de Trump depois que agentes do FBI realizaram uma busca em 8 de agosto e ressaltam a tentativa de seu equipe jurídica em se unir em torno de uma estratégia singular. Ele foi atribuído à juíza Aileen Cannon, que foi nomeada para a bancada por Trump em 2020.
Na ação, Trump argumenta que seus direitos constitucionais foram violados e que podem haver materiais privilegiados apreendidos.
Embora a manobra legal possa retardar a investigação criminal em curso do Departamento de Justiça, o pedido de Trump ao tribunal federal no sul da Flórida pode enfrentar uma batalha legal difícil depois que sua equipe perdeu várias oportunidades para desafiar a busca.
Os advogados do ex-presidente recusaram-se a tomar uma posição no tribunal após a execução do mandado de busca. Eles também não avaliaram se a declaração do mandado de busca deve ser tornada pública antes ou durante uma audiência judicial na semana passada em West Palm Beach, Flórida, mesmo que um de seus advogados estivesse presente.
Trump, no novo arquivo, também pede um recibo mais detalhado do que foi removido de Mar-a-Lago. Esse pedido, se concedido, adicionaria aos dois recibos que o FBI já forneceu à equipe de Trump descrevendo 33 itens apreendidos, e que seu advogado assinou no final da busca.
O Departamento de Justiça removeu 11 conjuntos de documentos confidenciais da casa de Trump, de acordo com documentos não selados por um juiz na semana passada.
O inventário mostra que alguns dos materiais recuperados foram marcados como “ultra secreto/SCI”, que é um dos mais altos níveis de classificação.
O departamento já sinalizou que está usando uma equipe interna de filtro para revisar os itens apreendidos, para separar o material que poderia estar sujeito a pedidos de privilégios.
Por exemplo, os investigadores mencionaram o trabalho de uma equipe de filtragem quando retornaram documentos privados de Trump que não fariam parte da investigação, como dois passaportes vencidos e seu passaporte diplomático.
O Departamento de Justiça, em documentos judiciais, disse acreditar que as provas coletadas em Mar-a-Lago apoiarão sua investigação criminal sobre o manuseio indevido de registros federais, incluindo material de defesa nacional, depois que a equipe de Trump levou caixas de registros para a Flórida quando ele deixou o cargo.