Debate em Brasília tem foco em Ibaneis e poucas propostas

Atual governador travou embates com Leandro Grass, apoiado por Lula, e aproveitou evento para acenar a Bolsonaro

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O debate entre pré-candidatos ao Palácio do Buriti, neste domingo (07.ago.2022), girou em torno de discussões referentes à gestão do atual governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), que virou uma espécie de “vidraça” para os adversários. O emedebista é líder nas pesquisas de intenção de voto e, atualmente, o favorito para vencer a eleição.

Mantendo a tradição, o 1º confronto direto foi promovido pela TV Band. Além das discussões locais, o encontro explorou temas da política nacional, com críticas e elogios ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao atual presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em um dos momentos de maior tensão, Leandro Grass (PV) –pré-candidato apoiado por Lula no Distrito Federal– acusou Ibaneis de “estelionato eleitoral”. Disse que o emedebista foi responsável por contar “o maior conjunto de mentiras que a cidade já presenciou”. Ele nega.

Para embasar as críticas, Grass citou suposta promessa do atual governador em 2018 de não privatizar a CEB (Companhia Energética de Brasília). Ibaneis afirmou que a empresa (hoje pertencente ao grupo Neoenergia) tinha “incapacidade” para se “reestabelecer” financeiramente.

Na réplica, o pré-candidato do PV criticou a atual política econômica local: “No meu governo, não haverá privatização da Caesb, que é uma empresa boa, que presta bons serviços. Precisa de planejamento, precisa de organização. Não haverá privatização do metrô. […] O metro tem que ser sua gestão pública. Pode fazer parcerias com a iniciativa privada? Pode. Mas a gestão não pode ser privada se não a gente perde o rumo”.

Em outro bloco, questionado sobre as políticas adotadas pelo governo federal no combate à pandemia, Ibaneis teceu elogios a Jair Bolsonaro –que apoia formalmente sua reeleição.

“O presidente, que vocês tanto falam na questão da pandemia, comprou o maior número de vacinas da história desse país e distribuiu para todos os Estados”, afirmou. Em outro momento, agradeceu verbas federais enviadas a Brasília para realização de “dezenas de obras”.

Participaram do debate (leia aqui a ordem dos blocos) todos os pré-candidatos de partidos que tenham pelo menos 5 representantes no Congresso. São eles: Ibaneis Rocha (MDB); Izalci Lucas (PSDB); Leila Barros (PDT); Rafael Parente (PSB); Leandro Grass (PV); Keka Bagno (Psol) e Paulo Octávio (PSD).

Assista à íntegra (2h9min):

O senador Reguffe (União Brasil), que havia se lançado ao cargo de governador, não participou do debate porque seu partido desistiu de apoiar sua candidatura. Ele vinha pontuando na casa de 20% nas últimas pesquisas de intenção de voto, consolidando-se em 2º lugar na disputa.

Sobre o tema saúde, Ibaneis iniciou sua fala com a promessa de construção de 3 novos hospitais em cidades satélites de Brasília em um possível 2º mandato. Disse também que há “muito a avançar” e culpou a pandemia por atraso de obras. Nesse momento, o governador, que foi o 1º a responder, virou alvo de quase todos os pré-candidatos presentes.

Izalci e Rafael Parente aproveitaram o momento para intensificar as críticas à administração local. Ambos acusam a atual gestão distrital de ser conivente com casos de corrupção. “Saúde pública de Brasília as pessoas conhecem. Nós vivemos um caos”, afirmou o pré-candidato tucano, classificando Ibaneis como um ser humano “cruel”. O governador nega as acusações.

“Tivemos, por exemplo, problema de compra de testes de covid de uma empresa de brinquedos. Tivemos problemas também de superfaturamento, uma suspeita, com relação a compras da Secretaria de Saúde”, afirmou Parente, ex-secretário de Educação da gestão de Ibaneis.

Em relação às discussões sobre mobilidade urbana, poucas propostas foram apresentadas e, novamente, o debate se voltou à críticas a atual administração. Rafael Parente, em determinado momento, levantou a possibilidade de volta das tradicionais vans –marca dos governos de Joaquim Roriz (1936-2018). O pré-candidato do PSB também fala em implementar um sistema de transporte verde, com mais veículos movidos à energia elétrica. O objetivo, segundo ele, é implementar tarifa única no valor de R$ 4.

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Fonte poder360
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