FMI deve cortar previsão de crescimento global, diz diretora-geral da instituição
Kristalina Goergieva alerta que 2023 será um ano igualmente difícil, com possibilidade de recessão
O Fundo Monetário Internacional (FMI) deve revisar para baixo sua previsão de crescimento da economia global, disse nesta quarta, 13, a diretora-geral da instituição, Kristalina Georgieva. A continuidade da guerra na Ucrânia, a inflação alta nos países desenvolvidos e paralisações relacionadas à pandemia de Covid-19 influenciam nesse cenário. Assim, quando a próxima atualização do relatório World Economic Outlook for publicada, o que deve ocorrer no fim de julho, as previsões serão revistas. “As perspectivas permanecem extremamente incertas”, disse Georgieva em uma nota publicada no site do FMI. “Será um 2022 difícil – e possivelmente um 2023 ainda mais difícil, com maior risco de recessão”, completou.
Não será a primeira revisão para baixo em 2022: em abril, o FMI reduziu a perspectiva de crescimento global de 4,4% para 3,6%, após o início da guerra na Ucrânia. “Quando o G20 se reuniu pela última vez em abril, o FMI acabava de rebaixar sua previsão de crescimento mundial a 3,6% para este ano e o próximo, e advertimos que isso poderia piorar devido a potenciais riscos que se aproximavam”, escreveu Georgieva. “Desde então, muitos riscos se materializaram e as diversas crises enfrentadas pelo mundo estão se agravando. A perspectiva econômica global piorou consideravelmente, enquanto a inflação permanece alta”, afirmou a diretora-geral do FMI. Segundo ela, a inflação pode levar a tensões sociais e aumentar a insegurança alimentar, especialmente entre os mais pobres. Como uma das soluções, Georgieva sugere o multilateralismo, ou seja, que os países construam acordos que envolvam todos, e usou como exemplo o recente levantamento das restrições às exportações de alimentos.