Aliados de Lula e Bolsonaro defendem pacto de não-violência nas eleições
Apesar do discurso de paz, Alexandre Padilha, aliado de Lula, e General Peternelli, apoiador de Bolsonaro, atacaram a campanha rival em debate na CNN
Em debate realizado pela CNN nesta quarta-feira (13), os deputados federais Alexandre Padilha (PT-SP) e General Peternelli (União-SP) defenderam um pacto de não-violência nas eleições de 2022. Eles são aliados dos pré-candidatos à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), respectivamente.
Apesar da defesa de paz, cada um dos deputados criticou a campanha rival, atribuindo ao outro lado a alta da violência política neste ano eleitoral. Os casos de agressões aumentaram 32% em 2022 em relação a 2020, segundo dados da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.
A discussão sobre hostilidade nas eleições deste ano cresceu depois do assassinato de um petista por um apoiador de Bolsonaro em Foz do Iguaçu domingo (10). O agente penitenciário federal Jorge Guaranho invadiu a festa de aniversário e matou o guarda municipal e tesoureiro municipal do PT Marcelo Arruda.
“Nós até hoje estamos sentido a dor de ter perdido um companheiro”, disse Padilha sobre a morte. O petista defendeu um movimento pela paz. “Nós vamos marchar sem ódio e sem medo”, afirmou.
O deputado do PT atribuiu o aumento da tensão ao discurso do presidente. “Várias disputas eleitorais e nunca existiu esse clima de guerra. Isso é criado pelo Bolsonaro”, afirmou Padilha. Em 2018, Bolsonaro falou em “fuzilar a petralhada”, declaração que defende ter sido em sentido figurado.a .
Já Peternelli declarou que Bolsonaro “foi a primeira vítima” de violência política, citando a facada que o então candidato à Presidência recebeu em 2018.
O deputado do União Brasil também criticou a oposição por barrar a tramitação do Projeto de Lei 4.895 de 2020, que cria o crime de “intimidação violenta”. Os partidos de esquerda entraram com uma obstrução contra a proposta em junho. Disseram estar preocupados de que o projeto seja usado para criminalizar movimentos sociais.
“Atos de violência, qualquer que seja o motivo, não são adequados. Não interessa se a motivação foi política, futebol, feminicídio, briga de vizinho ou de trânsito”, disse Peternelli.
Debate
A CNN realizará o primeiro debate presidencial de 2022. O confronto entre os candidatos será transmitido ao vivo em 6 de agosto, pela TV e por nossas plataformas digitais.