Pesquisa eleitoral: Lula vence Bolsonaro em três regiões, e perde em duas
EXAME/IDEIA: pesquisa eleitoral mostra em detalhes como está a preferência dos eleitores brasileiros a seis meses das eleições
Se o segundo turno eleições fosse hoje, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria 48%, e o presidente Jair Bolsonaro (PL), 39%, segundo dados da mais recente pesquisa EXAME/IDEIA. Apesar da margem de nove pontos percentuais, por região, o petista ganharia em três e Bolsonaro em duas.
A maior vantagem do ex-presidente é no Nordeste (60% X 29%), seguido do Sudeste (46% X 40%), e do Norte (48% X 42%). Bolsonaro, por sua vez, venceria Lula no Centro-Oeste (56% a 36%), e no Sul (45% a 42%).
O presidente ampliou sua vantagem nos estados do Centro-Oeste, em relação à última pesquisa, feita em março. Na ocasião, tinha 15% de distância, e agora tem 20%. No Sul, Bolsonaro perdia há um mês, e na sondagem de abril ele aparece na frente.
A pesquisa ouviu 1.500 pessoas entre os dias 15 e 20 de abril. As entrevistas foram feitas por telefone, com ligações tanto para fixos residenciais quanto para celulares. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número BR-02495/2022. A EXAME/IDEIA é um projeto que une EXAME e o IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. Clique aqui para ler o relatório completo da pesquisa.
Nos números gerais, de todo o país, a distância entre os dois caiu de 13% para 9% em um eventual segundo turno. Na série histórica, Bolsonaro tinha vantagem sobre Lula até abril do ano passado, quando o petista ultrapassou o atual presidente na preferência dos eleitores. A maior diferença entre os dois chegou a 17% no fim do ano passado, mas desde então começou a diminuir, assim como a de eleitores que dizem que pretendem votar branco ou nulo (saiu de 16% para 9%).
Na avaliação de Maurício Moura, fundador do IDEIA, há uma melhora significativa das intenções de voto em Bolsonaro nos últimos meses, mas que outros números ainda soam um alerta, se comparado com pleitos anteriores.
“A pesquisa mostra que os indicadores são desfavoráveis na pergunta sobre se Bolsonaro merece continuar no cargo. Ainda é majoritário o número de pessoas que acha que ele não merece ser reeleito, acima de 50%. Nenhum presidente foi para a reeleição com este nível de reprovação”, explica Moura.
Rejeição
Segundo a EXAME/IDEIA, 39% dos eleitores não votariam de jeito nenhum no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A taxa de rejeição do presidente Jair Bolsonaro (PL) está mais alta que a do petista, em 45%. A reprovação ao nome de João Doria (PSDB) é de 21%, e de Ciro Gomes (PDT), 18%
Maurício Moura explica que a taxa de rejeição é um dos pontos centrais da eleição porque indica o quão disposto o eleitor está em mudar de voto e ser convencido durante a campanha. Este número foi decisivo em outras eleições.
“Os números de reprovação de Bolsonaro estão em patamares maiores que os de Lula. A chave da disputa vai ser os sentimentos de antipetistas e de antigoverno. A rejeição ao PT era maior em 2018 que agora”, lembra.
Por região, Lula é mais rejeitado no Centro-Oeste (49%), no Sudeste (43%), e no Norte (42%). Já Bolsonaro tem números piores no Nordeste (55%), e no Sul (43%). O petista tem uma desaprovação maior entre evangélicos, com 64%, enquanto o atual presidente tem uma situação mais negativa entre os católicos, com 59% de rejeição.