Ibovespa acompanha exterior e recua pela terceira sessão consecutiva; dólar cai
Inflação dos EUA dentro do consenso não foi suficiente para manter otimismo do mercado ao longo de todo o dia
A bolsa brasileira operou em alta durante a maior parte do pregão desta terça-feira (12), mas nas últimas horas virou e fechou em baixa, acompanhando a queda dos principais índices de Nova York, em meio a outro aumento da inflação nos EUA.
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 1,2% em março na comparação com fevereiro e teve avanço de 8,5% frente igual período de 2021. O número veio dentro do consenso, sem grandes surpresas, o que foi visto como positivo. Além disso, o fato de núcleo da inflação, que exclui gastos com alimentos e energia elétrica, ter retrocedido 0,3% na mesma base também foi interpretado, primeiramente, como algo positivo.
Mesmo assim, o recente aumento da inflação nos EUA eleva as expectativas de uma política monetária mais agressiva por parte do Federal Reserve, que já começou a subir as taxas em sua última reunião de março – e o mercado espera novas altas ao longo do ano.
Inicialmente, a percepção foi de uma inflação dentro do esperado e um núcleo trazendo queda poderia ser suficiente para a instituição monetária dos EUA conter as altas. O treasurie yield com vencimento em dez anos chegou a operar em 2,678% mais cedo mas fechou em 2,723% – apesar de ainda sustentar a queda, de 5,9 pontos-base, ela desacelerou.
O Ibovespa recuou 0,69%, aos 116.146 pontos, após oscilar entre 116.054 e 118.615 pontos. O volume financeiro foi de R$ 24,6 bilhões.
Os destaques positivos ficaram com as ações da Cogna (COGN3) e Cielo (CIEL3), que subiram, respectivamente, 4,49% e 4,03%, seguidas pelas ações da Ultrapar (UGPA3), com ganho de 3,21%. Fernando Bessa, sócio e assessor da SVN Investimentos, destaca que a alta da Cielo é pura especulação do mercado na sessão de hoje. “O papel é um dos ativos mais voláteis do índice”, acrescenta.
Segundo a Ativa Investimentos, as ações de Cogna que desvalorizaram nos últimos dias realizaram correções com a melhora do ambiente para ativos locais.
As units do Inter (BIDI11) e Méliuz (CASH3) foram os destaques negativos da sessão, recuando, respectivamente, 8,54% e 5%, seguidas pelas ações da Marfrig ([ativo=MRFG33]), que recuaram 4,73%.
O banco Inter fechou em baixa, após prévia do primeiro trimestre de 2021 ser considerada fraca, com desaceleração na originação de crédito e no volume transacionado em cartões. Já as ações da Méliuz recuaram com alta dos juros.
O dólar caiu novamente, com investidores estrangeiros investindo no país de olho no carry trade favorável e na valorização das commodities. A divisa americana fechou em queda de 0,29%, a R$ 4,676, após oscilar entre R$ 4,622 e R$ 4,695.
No aftermarket, às 17h05, os juros futuros brasileiros também viraram e sobem em sua maioria. O DIF23, -0,11 pp, a 13,08%; DIF25, +0,13 pp, a 12,00%; DIF27, +0,47 pp, a 11,70%; DIF29, +0,60 pp, a 11,76%.
Nos EUA, as bolsas fecharam em leve baixa, com investidores avaliando os últimos dados de inflação dos EUA, que mostraram outro forte aumento nos preços no mês passado.
O índice Dow Jones caiu 0,26%, aos 34.219 pontos. O S&P 500 recuou 0,34%, aos 4.397 pontos, enquanto o Nasdaq teve baixa de 0,30%, aos 13.371 pontos.