PF desarticula organização criminosa de comércio ilegal de ouro e urânio no Tocantins e mais cinco estados

A investigação apontou que o grupo atuava no Amapá e mais seis Estados da Federação

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Macapá/AP – A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira, 24, a Operação Au92*, para desarticular organização criminosa especializada no comércio ilegal de ouro e de urânio.

Estão sendo cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e 8 mandados de prisão preventiva. As ações ocorreram em seis estados brasileiros. Mais de 50 policiais federais participaram dos trabalhos, que tiveram buscas e apreensões nas seguintes cidades: Macapá/AP (3), Ananindeua/PA (2), Rio de Janeiro/RJ (1), São Paulo/SP (1), Natal/RN (1) e Palmas/TO (1). Foram efetivadas ainda oito prisões preventivas, sendo três delas em Macapá/AP. As medidas cautelares foram cumpridas contra os negociadores e compradores do minério.

As investigações tiveram início após os policiais terem acesso a documentos que comprovariam a atuação de uma organização criminosa especializada no comércio transnacional de minério, em geral ouro e urânio, no Estado do Amapá.

Dentre as ações do grupo, estavam a falsificação de documentos para regularizar os minerais – pertencentes à União – e assim praticar seu comércio a partir do Amapá com outras unidades da Federação, no mercado paralelo. Em alguns casos, constatou-se que o produto do crime tinha como destino final países europeus.

A PF identificou indícios de que parte do ouro era extraído na Guiana Francesa e Suriname e esquentado no distrito do Lourenço, em Calçoene/AP. O material era armazenado em Macapá e em Porto Grande. Há indícios ainda de que o produto do crime era transportado para os outros Estados a partir de pistas clandestinas no Amapá. A extração do ouro também ocorria na Venezuela e era comercializada em Boa Vista/RR.

A investigação identificou que, em apenas um dos negócios realizados pela organização, o valor ultrapassaria a casa dos R$ 115 milhões de reais. Restou demonstrado ainda que a organização criminosa também realizava a comercialização de urânio com compradores oriundos de países da Europa.

Os envolvidos podem responder pelos delitos de organização criminosa, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, usurpação de matéria-prima da União e extração ilegal de minério. As penas somadas podem chegar a 26 anos de reclusão.

*O nome da operação é uma referência ao símbolo do ouro e do número atômico do urânio na tabela periódica.

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Fonte ocoletivo
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