Presidente da Ucrânia anuncia convocação de reservistas para “período especial”
Zelensky agradeceu apoio internacional, pediu sanções contra Rússia e disse que prioridade é preservar integridade territorial
Em um pronunciamento gravado exibido nesta terça-feira (22), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, agradeceu o apoio internacional, pediu por sanções e disse que a prioridade é preservar a soberania e integridade territorial do país.
Zelensky pediu união ao povo e aos políticos, afirmando que é necessário defender a economia e os empregos. Ele também anunciou um programa de “patriotismo econômico” que inclui o incentivo à produção local e cortes de impostos sobre o valor agregado da gasolina.
De acordo com o presidente ucraniano, o país ainda busca saídas diplomáticas para a crise, mas que não cederá nenhum território à Rússia, pedindo uma cúpula de todos os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, juntamente com a Alemanha e a Turquia.
Durante o discurso, gravado após uma reunião interpartidária, Zelensky também disse que estava convocando os reservistas para um período especial, mas descartou uma mobilização geral do exército.
Ao agradecer outros países, o presidente disse que a aplicação de sanções mostra o apoio à Ucrânia.
O pronunciamento acontece após o parlamento russo aprovar o uso de tropas no exterior, mesmo que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, tenha dito que as forças não devem ser enviadas imediatamente a Donbas (região onde estão as áreas separatistas que tiveram independência reconhecida por Putin na segunda-feira).
Por fim, o presidente disse que se reunirá com 150 grandes empresas ucranianas na quarta-feira (23) para convencê-las a permanecer no país.
Ele terminou o pronunciamento dizendo que “desejamos paz e calma, mas se ficarmos quietos hoje, amanhã desapareceremos”.
(com informações da Reuters)
Entenda o conflito
Após meses de escalada militar e intemperança na fronteira com a Ucrânia, a Rússia está aumentando a pressão sobre seu ex-vizinho soviético, ameaçando desestabilizar a Europa e envolver os Estados Unidos.
A Rússia vem reforçando seu controle militar em torno da Ucrânia desde o ano passado, acumulando dezenas de milhares de tropas, equipamentos e artilharia nas portas do país. A mobilização provocou alertas de oficiais de inteligência dos EUA de que uma invasão russa pode ser iminente.
Nas últimas semanas, os esforços diplomáticos para acalmar as tensões não chegaram a uma conclusão. Foi reconhecida pelo presidente russo Vladimir Putin, na segunda-feira (21), a independência de Donetsk e Luhansk, duas áreas separatistas ucranianas.
A escalada no conflito de anos entre a Rússia e a Ucrânia desencadeou a maior crise de segurança no continente desde a Guerra Fria, levantando o espectro de um confronto perigoso entre as potências ocidentais e Moscou.
(Com informações de Sarah Marsh e Madeline Chambers, da Reuters, e de Eliza Mackintosh,