Banco Central libera consulta a sistema que ‘caça’ dinheiro esquecido em bancos; saiba como funciona
Usuários saberão, nesta primeira etapa, se têm valores a receber; datas para o resgate do recurso também serão informadas pela ferramenta
O site exclusivo do Banco Central, para pessoas e empresas consultarem se possuem valores esquecidos em instituições financeiras, entrou em funcionamento antes do previsto — ainda no final da noite deste domingo (13).
A instituição monetária disse que o Sistema Valores a Receber (SVR) só funcionaria a partir desta segunda-feira (14).
A ferramenta foi criada em janeiro, mas precisou ser suspensa porque atraiu um grande volume de acessos que derrubaram os sistemas digitais do BC por alguns dias.
Segundo o BC, neste primeiro momento, a população vai consultar apenas se há ou não recursos disponíveis.
Saiba como fazer as consultas
Entre na página exclusiva do SVR: valoresareceber.bcb.gov.br. Em seguida, informe o seu CPF, caso seja uma pessoa física; ou CNPJ, para a consulta de valores relacionados a empresas.
Caso você tenha algum valor a receber, no momento da consulta, receberá uma data e uma faixa de horário para solicitar o resgate do saldo existente. Anote esta data.
Na data informada, retorne ao site do SVR (valoresareceber.bcb.gov.br). Use seu login gov.br. Ele é uma identificação que comprova nos meios digitais do governo federal que você é você.
Se você ainda não tiver o login gov.br, faça seu cadastro gratuito no site ou pelo App Gov.br (Google Play ou App Store). Você vai precisar de um cadastro nível “prata” ou “ouro” para consultar e solicitar os recursos na data e período agendados ou na repescagem.
O login nível “prata’ ou “ouro” exige maior grau de segurança, o que garante acesso a serviços sensíveis, como os disponibilizados por bancos.
Após o acesso, consulte o valor e solicite a transferência. De acordo com o BC, os valores “esquecidos” serão devolvidos a partir de 7 de março.
A devolução será feita, preferencialmente, via Pix, o sistema de transações instantâneas. Caso o pedido de resgate seja feito sem a chave Pix, a instituição financeira escolhida entrará em contato com o solicitante para realizar a transferência.
Mas fique atento: a instituição responsável por fazer a devolução do dinheiro não pode pedir dados pessoais do usuário e nem a senha.
Datas para consultas e resgates dos valores
A divisão de agendamentos se dará de acordo com o ano de nascimento — para pessoas físicas; ou de criação da empresa — para pessoas jurídicas.
Para datas de nascimento ou criação de empresas antes de 1968, o período de agendamento de consulta e resgate será entre 7 e 11 de março, com repescagem no dia 12.
Para quem nasceu ou criou a empresa entre 1968 e 1983, o intervalo é de 14 a 18 de março, com repescagem no dia 19.
Já para pessoas nascidas ou empresas criadas após 1983, o agendamento ficará entre 21 e 25 de março, com repescagem no dia 26. Usuários que perderem a data do agendamento original e a repescagem poderão consultar ou solicitar o resgate do saldo existente a partir de 28 de março.
“Mesmo se você não consultar ou solicitar o resgate do saldo existente em todas essas datas, não se preocupe, pois isso não afeta seu direito sobre os recursos a devolver. Eles são seus e continuarão guardados pelas instituições financeiras o tempo que for necessário, esperando até que você solicite o resgate”, informou o BC, em nota.
Entenda o SVR
O SRV permite que a população confira se tem dinheiro esquecido em contas encerradas com saldo disponível ou devido a tarifas cobradas indevidamente em operações de crédito, por exemplo.
A consulta aos valores esquecidos será feita em duas fases. O BC calcula que há R$ 3,9 bilhões em valores “esquecidos” nas instituições financeiras nesta primeira etapa, de 28 milhões de CPF e CNPJ.
No total, são R$ 8 bilhões — destes, R$ 900 mil já foram resgatados antes da suspensão do SVR.
O BC ainda reitera que não envia links nem entra em contato com o cidadão e que ninguém está autorizado a fazê-lo em nome do órgão ou do SVR.
“Portanto, o cidadão nunca deve clicar em links suspeitos enviados por e-mail, SMS, WhatsApp ou Telegram. O cidadão não deve fazer qualquer tipo de pagamento para ter acesso aos valores. É golpe!”, alerta o BC.
Reportagem do InfoMoney mostrou que já há criminosos utilizando o SVR para aplicar golpes em pessoas desavisadas. Veja como se proteger.