Reforma foi necessária e trouxe avanços importantes, diz representante da CNI
Alexandre Furlan, presidente do Conselho de Relações do Trabalho da CNI, afirmou, em entrevista à CNN, que direitos na Constituição foram mantidos na reforma trabalhista
A reforma trabalhista implementada em 2017 foi necessária e trouxe avanços importantes, de acordo com o presidente do Conselho de Relações do Trabalho da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Alexandre Furlan.
Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (19), Furlan explicou que já havia um debate de anos para uma alteração que adequasse as leis às relações trabalhistas atuais. Ainda assim, os direitos garantidos na Constituição, como FGTS, férias, licença-maternidade, entre outros, foram mantidos.
“O Brasil deve ser um dos únicos países do mundo que elevou a nível constitucional o direito dos trabalhadores, então todos o que estão listados lá foram mantidos, até porque não se poderia alterar por lei ordinária”, afirmou.
No início deste ano, líderes do Partido dos Trabalhadores (PT) apoiaram a revogação da reforma trabalhista. O presidente do Conselho das Relações do Trabalho da CNI disse que é necessário estar aberto ao debate para avanços na reforma, mas não para retroceder com ela. Ademais, para isso, seria necessário votar uma proposta no Congresso.
“Cinco anos é um período curto para que uma reforma estruturante possa ser implementada em sua totalidade”, colocou.
Furlan disse que é necessário o diálogo para entender o que pode ser alterado e avançado, visando sempre a modernização. Assim, o debate em modelo tripartite – governo, empregador e empregado – deve ser feito constantemente.
“O que a reforma buscou foi trazer para mais perto da negociação entre empregadores e trabalhadores a realidade local de cada empresa e setor econômico, mas deixando bem claro o que não pode ser objeto de negociação”, afirmou.
Durante a entrevista, o representante da CNI reconheceu que há um número expressivo de trabalhadores informais, mas também afirmou que o aumento foi impulsionado pela pandemia de Covid-19, também dificultando a implementação total da reforma.
Além da importância da reforma, Furlan entende que o crescimento econômico seja fundamental para que haja expansão das atividades produtivas e diminuição da informalidade.
“Temos que estar atentos às dificuldades que os trabalhadores têm. Não é só com um auxílio que vamos melhora a situação deles, mas com diálogo e aprimoramento profissional”, disse.
Veja a entrevista completa no vídeo acima