Cobre fecha em queda com dólar em alta e problemas na oferta e demanda
Os contratos futuros de cobre fecharam em queda nesta terça-feira. O pregão foi marcado por uma aversão geral ao risco, com o dólar acentuando ganhos ante rivais. Além disso, investidores acompanham os problemas na oferta do cobre, no Peru, e na demanda, na China, maior importadora do metal.
Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o cobre com entrega prevista para fevereiro fechou em baixa de 0,86%, a US$ 4,3825 a libra-peso. Na London Metal Exchange (LME), o cobre para três meses tinha queda de 1,09%, a US$ 9.650,00 por tonelada, às 15h45 (de Brasília).
O dólar acentua ganhos ante rivais nesta tarde, em um cenário de juros dos Treasuries em firme alta. Segundo o analista Joe Manimbo, do Western Union, a divisa americana é impulsionada pelas expectativas de iminente aperto monetário nos Estados Unidos. O dólar em alta torna o cobre mais caro para detentores de outras divisas, portanto menos atrativo.
De acordo com a TD Securities, o isolamento da cadeia de suprimentos continua sendo o tema comercial dominante para metais básicos. “O cobre está sendo puxado em duas direções”, diz Caroline Bain, economista-chefe de commodities da Capital Economics, apontando para a demanda fraca por um lado e, por outro, interrupções na oferta que persistiram por mais tempo do que o esperado. “Nossas estimativas sugerem que houve uma queda bastante acentuada no consumo de cobre da China e, ao mesmo tempo, os estoques caíram e houve problemas no lado da oferta”, disse ela.
Grupos comunitários estão bloqueando o acesso à mina de cobre Las Bambas, no Peru, devido a preocupações ambientais. O país é o segundo maior produtor de cobre do mundo e Las Bambas é a segunda maior mina do país sul-americano.
Já o Banco do Povo da China (PBoC) informou que planeja orientar as instituições financeiras a expandir a emissão de crédito neste ano e usará vários instrumentos monetários para manter a liquidez do mercado razoavelmente ampla.
O Commerzbank destaca que os preços dos metais oscilavam na mesma faixa ontem e permaneceram em grande parte estagnados, mas em alguns casos registraram ganhos moderados. “As expectativas de que as taxas de juros na China poderiam ser reduzidas ainda mais para impulsionar a economia aparentemente estão fazendo sua parte. O próximo corte de juros já pode acontecer na quinta-feira, quando o banco central chinês decidirá sobre suas taxas de um e cinco anos. Um metal básico que se destaca até certo ponto hoje é o estanho: atingiu um novo recorde histórico de US$ 42 mil por tonelada”, diz o banco em relatório enviado a clientes.
Entre outros metais negociados na LME, no horário citado acima, a tonelada do alumínio avançava 0,58%, a US$ 3.017,50; a do chumbo perdia 1,55%, a US$ 2.316,50; a do níquel cedia 0,36%, a US$ 22.055,00; a do estanho ganhava 2,33%, a US$ 42.315,00; a do zinco subia a 1,12%, a US$ 3.551,50.