PF indicia 27 pessoas por desvio de R$ 40 milhões de recursos da saúde pública

Organização criminosa tinha contrato com diversas cidades do estado de São Paulo; dois médicos continuam foragidos

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Polícia Federal (PF) indiciou 27 pessoas na Operação Contágio, que apurou desvio de mais de R$40 milhões de recursos públicos da saúde de municípios do estado de São Paulo. Dois médicos continuam foragidos.

As acusações incluem organização criminosa, lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos, superfaturamento em fornecimento de medicamentos, fraude em licitação e uso de documentação falsa em acordos que superam R$300 milhões.

Os indiciados formaram uma Organização Social (OS), que foi contratada pelos municípios paulistas de Embu das Artes, Itapecerica da Serra, Hortolândia, São Vicente e Cajamar.

Porém, parte do dinheiro foi desviada para outras empresas do grupo, sendo utilizada, inclusive, na reforma da residência de um casal de médicos, segundo a PF. O imóvel foi adquirido em maio deste ano e é avaliado em mais de R$5 milhões.

De acordo com o relatório de mais de duzentas páginas da Polícia, a OS foi criada com documentos fraudulentos, para que fosse contratada por várias cidades. Ainda de acordo com as autoridades, ela tinha como presidente um veterinário de 28 anos, mas era controlada por diversos médicos.

Em uma das ações do grupo, que foi acompanhada pela polícia, em São Roque (SP), integrantes da organização sacaram cerca de R$20 milhões em espécie com a escolta armada de um guarda civil municipal e sua esposa.

As duas fases da Operação Contágio, cujas investigações duraram quase dois anos, foram deflagradas em abril e novembro de 2021. Foram apreendidos R$700 mil reais nos endereços dos alvos, incluindo um “escritório bunker da própria OS”. Cerca de 40 pessoas foram ouvidas pela PF.

Ainda segundo a Polícia Federal, os indiciados ostentavam mansões, carros esportivos e armas. Uma lacha e diversos veículos de luxo foram apreendidos.

A Justiça Federal também determinou o sequestro de imóveis localizados em condomínios fechados de alto padrão na região metropolitana de São Paulo e em praia de Ubatuba, no litoral paulista.

Dois indiciados estão presos preventivamente por Ordem do Tribunal Regional Federal da 3° Região. O Superior Tribunal de Justiça negou pedidos de habeas corpus da defesa dos integrantes da organização criminosa.

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