Bolsonaro sobre demissões de pessoas não vacinadas: “Vão ser marginais?”
Presidente criticou governos locais que planejam adotar cobrança de comprovante de vacina
O presidente Jair Bolsonaro criticou nesta 5ª feira (9.dez.2021) a possibilidade de demissão de pessoas que não vacinaram contra a covid-19. O chefe do Executivo questionou as consequências da medida e sugeriu que esses indivíduos poderiam estar “condenados à marginalidade”.
“Que negócio é esse? E o direito da pessoa de não querer se vacinar? Essas pessoas vão estar condenadas ao quê? Vão ser marginais? Vão ser obrigados a ir para a marginalidade, entrar no mundo da violência?”, declarou em transmissão ao vivo nas redes sociais.
Bolsonaro afirma não ter se vacinado e que é contrário ao chamado “passaporte da vacina”. “Você vai demitir um cara casado, com filho? Esse cara vai viver do quê? Não quer se respeitar a liberdade das pessoas. É um direito dele se vacinar ou não”, disse.
O chefe do Executivo afirmou que o governo “não negou” vacinas para ninguém e pediu respeito aos que escolhem não se vacinar. O presidente, em outras ocasiões, questionou a segurança e eficácia dos imunizantes, apesar de o avanço da vacinação ter diminuído casos e mortes pela doença.
“Respeitem quem não queira tomar. Tem estudos científicos comprovados que quem foi infectado tem mais imunidade do que quem tomou a vacina. Por que tem essa obrigação?”, disse, sem apresentar mais detalhes ou dados sobre os estudos mencionados.
Mais cedo nesta 5ª feira, Bolsonaro criticou política de passaporte vacinal anunciada pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB). “Governador da região Sudeste quer fazer o contrário [passaporte vacinal] e ameaça: ‘ninguém vai entrar no meu Estado’. Teu Estado é o cacete. Nós todos temos que reagir. Reagir como? Protestando contra isso”, disse.
Desoneração
Na live, o chefe do Executivo também comemorou a aprovação do projeto que prorroga, até 2023, a desoneração da folha de pagamento das empresas de 17 setores da economia. O texto irá para a sanção do presidente. Sem a medida, Bolsonaro afirmou que haveria “desemprego em massa” no país.
A desoneração terá um impacto de R$ 8 bilhões em 2022. O governo reservou R$ 3,2 bilhões para essa política no projeto do Orçamento do próximo ano.
O dinheiro para compensar o valor estimado deve vir com a aprovação da PEC dos Precatórios, que parcela dívidas judiciais e altera o teto de gastos públicos. O texto foi promulgado em parte, mas mudanças feitas pelo Senado serão analisadas na próxima 3ª feira (14.dez).